Suzano avalia alta de preços de celulose no próximo semestre
Companhia vê momento positivo no mercado de celulose e avalia um possível aumento de preços que pode ocorrer no primeiro semestre do ano que vem
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2014 às 14h56.
São Paulo - A Suzano Papel e Celulose avalia aumentar preços no primeiro semestre de 2015, antes da entrada de novas capacidades na indústria, por enxergar um momento positivo no mercado.
"Vejo o mercado curto (em oferta de celulose) no primeiro semestre até a entrada do projeto Guaíba da CMPC e os estoques estão muito baixos", disse o presidente-executivo da Suzano, Walter Schalka, em reunião com investidores e analistas.
O projeto de expansão na fábrica da CMPC Celulose Riograndense deve ser inaugurado entre maio e junho, mas a nova oferta de capacidade só deve chegar ao mercado no segundo semestre, o que pode abrir espaço para aumento de preços na primeira metade de 2015.
O aumento poderia ocorrer já neste ano, mas não há tempo para implementação, afirmou o diretor-comercial da Suzano, Carlos Aníbal, segundo o qual a companhia está registrando um bom mês em volume de vendas em novembro.
A segunda maior produtora global de celulose de eucalipto vem dizendo que o preço do insumo não remunera adequadamente os investimentos, o que a levou a reduzir a produção na fábrica de Mucuri (BA) em cerca de 30 mil toneladas no segundo trimestre.
Na avaliação de Schalka, com o atual patamar mais alto do câmbio, é menos provável que isso volte a ocorrer.
A empresa também anunciou a clientes a partir do fim da semana uma alta média de cerca de 10 por cento no preço de papéis revestidos e não revestidos a partir de 1o de janeiro.
A medida se soma a um aumento de 9,4 por cento no preço de papel-cartão, que entrou em vigor no começo do mês.
VENDA DE ENERGIA
Os executivos disseram que a Suzano pretende elevar o nível de energia vendida por sua fábrica de Mucuri, reforçando ganhos com o repasse do excedente gerado na produção da celulose para o mercado de curto prazo de energia, que opera com preços altos.
Segundo Schalka, a Suzano vende excedente de 70 MWh na fábrica do Maranhão e de cerca de 12 a 14 MWh na da Bahia, mas compra energia para a filial de Suzano (SP). A ideia é aumentar a venda de energia na Bahia para 26 MWh e reduzir as compras em Suzano em 2015.
A Suzano projeta alta anual no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 95 milhões de reais a partir de 2015, parte dele com projetos em eficiência energética e investimentos em competitividade.
O valor já considera a redução do valor máximo do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), indicador de preços da eletricidade no curto prazo, de 822,83 reais para 388,48 reais em 2015 pela Agência Nacional de Energia Elétrica.
Dos 1,5 bilhão de reais previstos em investimentos pela Suzano para 2015, 390 milhões têm a ver com redução do distância entre florestas e fábricas e maior eficiência energética.
DÍVIDA
Enquanto se esforça para reduzir sua alavancagem, a Suzano não prever investimentos em expansão orgânica da capacidade até sua dívida líquida ficar abaixo de 2,5 vezes o Ebitda ajustado, ante 4,5 vezes no segundo e no terceiro trimestres.
Eventuais mudanças na política de dividendos também só devem ocorrer após uma adequação da alavancagem, disseram os executivos.
"Não vejo uma política expressiva de dividendos nos próximos anos, mas podemos adequar o divididend yield", disse Schalka.
Atualizado às 15h57.
São Paulo - A Suzano Papel e Celulose avalia aumentar preços no primeiro semestre de 2015, antes da entrada de novas capacidades na indústria, por enxergar um momento positivo no mercado.
"Vejo o mercado curto (em oferta de celulose) no primeiro semestre até a entrada do projeto Guaíba da CMPC e os estoques estão muito baixos", disse o presidente-executivo da Suzano, Walter Schalka, em reunião com investidores e analistas.
O projeto de expansão na fábrica da CMPC Celulose Riograndense deve ser inaugurado entre maio e junho, mas a nova oferta de capacidade só deve chegar ao mercado no segundo semestre, o que pode abrir espaço para aumento de preços na primeira metade de 2015.
O aumento poderia ocorrer já neste ano, mas não há tempo para implementação, afirmou o diretor-comercial da Suzano, Carlos Aníbal, segundo o qual a companhia está registrando um bom mês em volume de vendas em novembro.
A segunda maior produtora global de celulose de eucalipto vem dizendo que o preço do insumo não remunera adequadamente os investimentos, o que a levou a reduzir a produção na fábrica de Mucuri (BA) em cerca de 30 mil toneladas no segundo trimestre.
Na avaliação de Schalka, com o atual patamar mais alto do câmbio, é menos provável que isso volte a ocorrer.
A empresa também anunciou a clientes a partir do fim da semana uma alta média de cerca de 10 por cento no preço de papéis revestidos e não revestidos a partir de 1o de janeiro.
A medida se soma a um aumento de 9,4 por cento no preço de papel-cartão, que entrou em vigor no começo do mês.
VENDA DE ENERGIA
Os executivos disseram que a Suzano pretende elevar o nível de energia vendida por sua fábrica de Mucuri, reforçando ganhos com o repasse do excedente gerado na produção da celulose para o mercado de curto prazo de energia, que opera com preços altos.
Segundo Schalka, a Suzano vende excedente de 70 MWh na fábrica do Maranhão e de cerca de 12 a 14 MWh na da Bahia, mas compra energia para a filial de Suzano (SP). A ideia é aumentar a venda de energia na Bahia para 26 MWh e reduzir as compras em Suzano em 2015.
A Suzano projeta alta anual no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 95 milhões de reais a partir de 2015, parte dele com projetos em eficiência energética e investimentos em competitividade.
O valor já considera a redução do valor máximo do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), indicador de preços da eletricidade no curto prazo, de 822,83 reais para 388,48 reais em 2015 pela Agência Nacional de Energia Elétrica.
Dos 1,5 bilhão de reais previstos em investimentos pela Suzano para 2015, 390 milhões têm a ver com redução do distância entre florestas e fábricas e maior eficiência energética.
DÍVIDA
Enquanto se esforça para reduzir sua alavancagem, a Suzano não prever investimentos em expansão orgânica da capacidade até sua dívida líquida ficar abaixo de 2,5 vezes o Ebitda ajustado, ante 4,5 vezes no segundo e no terceiro trimestres.
Eventuais mudanças na política de dividendos também só devem ocorrer após uma adequação da alavancagem, disseram os executivos.
"Não vejo uma política expressiva de dividendos nos próximos anos, mas podemos adequar o divididend yield", disse Schalka.
Atualizado às 15h57.