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Sul América obtém lucro recorde e não teme crise

Seguradora espera compensar queda na venda de automóveis com parceria com a BV Financeira

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Sul América, segunda maior seguradora do país, acumulou um lucro líquido de 327,9 milhões de reais entre janeiro e setembro. A cifra supera os ganhos de todo o ano passado - 321 milhões de reais, um resultado que já havia sido recorde para a companhia. Na conta deste ano, está embutido um lucro não-recorrente gerado pela venda de ações da Telemar que a seguradora detinha indiretamente. O negócio, realizado em abril, contribuiu com um ganho extraordinário de 34 milhões de reais no segundo trimestre.

O desempenho operacional da companhia também ajudou nos resultados. Somente no terceiro trimestre, os prêmios cresceram 19% sobre igual período do ano passado, totalizando 2 bilhões de reais. O seguro saúde, que representa 53% da carteira da companhia, aumentou 11,1%. Dentro desse segmento, os planos de saúde grupal - como os oferecidos por empresas aos funcionários - avançaram 18,2%.

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"A Sul América está crescendo de forma rentável ", afirma Arthur Farme, vice-presidente corporativo e de Relações com Investidores. O executivo também destaca a atuação no segmento de pequenas e médias empresas, cuja carteira cresceu 21% no terceiro trimestre no ramo de saúde grupal. "É um setor que vem crescendo seguidamente a taxas acima de 20%", afirma. Segundo a Agência Nacional de Saúde, o mercado de saúde grupal atende, atualmente, 9,9 milhões de pessoas no país.

Automotivo

O segmento de seguro automotivo cresceu 24,3% no trimestre. Esse setor representa 29,7% da receita da empresa. Em outubro, as montadoras registraram a primeira queda de vendas do ano, quando comparado com o mesmo mês de 2007. O recuo reflete a restrição de crédito para a compra de carros novos. Segundo Farme, a desaceleração do setor automotivo não deve comprometer os planos de expansão da Sul América.

A seguradora está confiante na parceria com a BV Leasing e a BV Financeira, ambas do Grupo Votorantim e com forte atuação no mercado de crédito para o setor automotivo. O acordo prevê que as instituições ofereçam as apólices da Sul América a quem estiver negociando o financiamento de seu veículo. Por meio da parceria, a Sul América conseguirá acesso a 18.000 concessionárias em todo o país. A fase experimental, encerrada em outubro, foi realizada em Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo. Agora, a parceria vai se expandir para as demais regiões. "O resultado da parceria vai compensar a desaceleração econômica", afirma Farme.

Posição conservadora

A Sul América também se beneficiou de uma posição mais conservadora em suas aplicações financeiras. De acordo com Farme, menos de 2% da carteira de ativos da instituição está exposta à renda variável. Com isso, a seguradora acumulou um resultado positivo de investimentos de 458,6 milhões de reais entre janeiro e setembro, com rentabilidade equivalente a 99,6% do CDI.

A empresa adiou a conclusão de seu plano de investimentos para 2009, à espera de que o cenário mundial clareie. Tradicionalmente, a companhia fecha seu orçamento em outubro, mas decidiu esperar até que novos dados indiquem como será a economia no próximo ano. "Estamos refinando as projeções e tentando ser mais conservadores", diz Farme. Segundo o executivo, o principal investimento, em 2008, foi a ampliação da rede física da seguradora. A velocidade dessa expansão está sendo revista.

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