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Mais executivos ligados à Parmalat são presos na Itália

Mais executivos ligados ao escândalo da empresa italiana Parmalat foram detidos nesta quarta-feira (31/12) pela Justiça italiana. O número total de presos, segundo agências de notícias e jornais italianos, varia entre seis e nove pessoas. O primeiro a ser preso, sábado (27/12), foi Calisto Tanzi, fundador e sócio majoritário da Parmalat. Entre os outros detidos […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Mais executivos ligados ao escândalo da empresa italiana Parmalat foram detidos nesta quarta-feira (31/12) pela Justiça italiana. O número total de presos, segundo agências de notícias e jornais italianos, varia entre seis e nove pessoas.

O primeiro a ser preso, sábado (27/12), foi Calisto Tanzi, fundador e sócio majoritário da Parmalat. Entre os outros detidos estariam dois ex-diretores financeiros, um consultor jurídico, contadores e executivos da auditoria Grant Thornton na Itália, que prestava serviços para a Parmalat. De acordo com o jornal italiano La Repubblica, também foi decretado pedido de prisão contra o diretor da Parmalat Venezuela, Giovanni Bonici, que se encontra fora da Itália.

O caso da Parmalat, um dos mais graves escândalos financeiros da Europa, está sendo comparado às fraudes contábeis nas americanas Enron e WorldCom, que registraram rombos de 9 bilhões de dólares e 12 bilhões de dólares, respectivamente. O buraco contábil na Parmalat é estimado em mais de 10 bilhões de dólares, algo em torno de 8 bilhões de euros. Mas já há estimativas no mercado que apontam para um rombo de cerca de 16 bilhões de euros.

Enrico Bondi, nomeado há duas semanas novo presidente do Grupo Parmalat, entrou com uma acusação contra Tanzi, o que pela legislação italiana abre a possibilidade de que os recursos desviados da empresa sejam retomados, no caso de serem localizados.

Tanzi é acusado de ter desviado cerca de 800 milhões de euros, que investigadores suspeitam que possam ter sido depositados no Equador, último país visitado por ele antes de o escândalo vir à tona, no início de dezembro. O fundador da Parmalat nega que tenha contas no exterior, mas admitiu na segunda-feira (29/12) que tirou 500 milhões de euros para alocá-los em outras empresas da família, como a Parmatour, uma agência de viagens.

Na terça-feira (30/12), Tanzi disse, em interrogatório, que estava ciente que foram feitos ajustes nos balanços da empresa nos últimos anos. Ele disse ainda que a situação do grupo se agravou em razão do ruim desempenho registrado pelas operações sul-americanas. Destacou em especial o impacto sofrido pela empresa em função das crises cambiais no Brasil e na Argentina.

No Brasil, a subsidiária da Parmalat está inadimplente com cooperativas de produtores de leite. O pagamento, que devia ter sido feito em 15/12, foi adiado para 29/12, mas mesmo assim não foi cumprido. Ontem, em comunicado à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a empresa anunciou a saída do seu diretor de relações com investidores no Brasil, Paulo Carvalho Engler Pinto Junior. Mas a empresa nega que a renúncia do executivo esteja relacionada com a crise que enfrenta a empresa.

Ontem, na Itália, uma reunião de emergência foi feita entre o novo presidente do grupo, Bondi, e representantes da empresa Tetra Pak, fornecedora das embalagens usadas pela Parmalat. O encontro foi marcado para discutir a continuidade do fornecimento, que estaria ameaçado em todas as unidades do grupo por falta de pagamento. A subsidiária brasileira confirmou a reunião, mas disse que, até o momento, o fornecimento das embalagens no Brasil é normal. A Parmalat é o principal cliente da Tetra Pak, multinacional de origem sueca.

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