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Siemens reestrutura operação no Mercosul

Adilson Primo, presidente da Siemens do Brasil, assume o comando na região

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O grupo alemão Siemens está unificando a gestão de suas unidades no Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Denominada Siemens Mercosur, a nova estrutura foi oficializada no dia 1º de outubro e conta com Adilson Primo, o presidente da Siemens do Brasil, como executivo-chefe.

O principal objetivo da reestruturação é a otimização operacional na região, na qual quase todos os países enfrentam crises políticas e econômicas. "Estamos maximizando as sinergias e aproveitando melhor os recursos disponíveis em cada país para sofrer menos com a volatilidade da região", afirma Primo. A Siemens Mercosur é um negócio com faturamento total da ordem de 2,3 bilhões de dólares, dos quais 1,7 bilhão gerados no Brasil.

A mudança foi decidida pelo QG alemão em abril deste ano e posta em prática nos últimos meses. Na Argentina, a implantação da nova organização foi acompanhada de uma redução de 30% no quadro original de 2 000 funcionários, incluindo a demissão de praticamente toda a diretoria. Segundo Primo, no entanto, o enxugamento na operação argentina não se deveu à mudança administrativa, mas sim à queda das vendas, de aproximadamente 40%.

O comando das unidades de negócio da Siemens Mercosur e das unidades de suporte corporativo foi quase todo centralizado no Brasil, onde ficam as unidades produtivas da empresa. A Argentina mantém apenas o comando regional da unidade de tecnologia da informação, mas também subordinado a Primo. A Siemens, que já chegou a faturar 1 bilhão de dólares na Argentina no início dos anos 90, hoje opera lá somente com vendas e serviços.

Balanço positivo no Brasil

O balanço das atividades da Siemens do Brasil nos últimos 12 meses (o grupo, pela norma alemã, fecha suas contas anuais em setembro) é positivo, de acordo com Primo. "Foi o melhor desempenho dos últimos cinco anos", afirma ele, embora ainda não revele os números finais. A Siemens brasileira -- ao contrário da operação argentina, que se reduziu nos últimos anos -- manteve um crescimento anual de 25% após o Real, enquanto o PIB do país evoluiu à média de 2,5% ao ano.

A unidade brasileira também ganhou em eficiência, diz Primo, e produz hoje o dobro do que produzia no início da década passada, com um contingente de funcionários correspondente à metade dos 15 000 que empregava.

O bom desempenho dos últimos doze meses se explica por uma soma de fatores favoráveis. Na área de equipamentos da área de energia, a Siemens faturou no segundo semestre do ano passado com a corrida para evitar o apagão. No setor de telecomunicações, as vendas fracas para telefonia fixa foram compensadas por um impulso na telefonia móvel -- a Siemens se beneficiou de contratos com a Telemar e com a TIM para implantação da tecnologia GSM de celulares.

As vendas de equipamentos para a indústria, como automação e outros itens destinados a modernização de linhas de produção, mantiveram-se surpreendentemente positivas. "Temos dois Brasis", diz Primo. "O das notícias diárias e o que está tocando projetos, comprando nossos equipamentos."

Se o faturamento foi bem, a entrada de pedidos arrefeceu. No setor de energia, por exemplo, os investimentos foram brecados neste ano -- a queda da carteira de pedidos da Siemens é de 15%. Essa queda das encomendas e as incertezas associadas à mudança de governo constituem as principais preocupações de Primo para 2003.

Uma das alternativas consideradas por ele no planejamento do próximo ano é o aumento da exportação, hoje correspondente a apenas 7% do faturamento da empresa. A meta é expandir essa proporção para 20% em três anos. A fábrica de celulares GSM, recém-montada em Manaus, é uma das unidades que deverão ajudar a elevar as vendas para o exterior.

Na mira está o mercado americano, que começa também a adotar o sistema GSM, em operadoras como a Cingular -- associação da BellSouth com a SBC --, a segunda maior em telefonia celular nos Estados Unidos. No Brasil, a Siemens aguarda para breve uma decisão da Telefônica e da Telesp Celular, empresas que, segundo Primo, estão analisando a mudança de suas operações da atual tecnologiaa CDMA para a GSM.

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