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Setor de papel e celulose seguem para a consolidação

A indústria de papel e celulose brasileira deverá passar por uma consolidação nos próximos anos. Todo o setor investirá 14,4 bilhões de dólares em expansão até 2012, segundo estimativas da Associação Brasileira de Celulose e Papel. "Não há espaço apenas para crescimento orgânico", diz Paschoal Paione, analista da corretora Fator Doria Atherino. "O setor ainda […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A indústria de papel e celulose brasileira deverá passar por uma consolidação nos próximos anos. Todo o setor investirá 14,4 bilhões de dólares em expansão até 2012, segundo estimativas da Associação Brasileira de Celulose e Papel. "Não há espaço apenas para crescimento orgânico", diz Paschoal Paione, analista da corretora Fator Doria Atherino. "O setor ainda é pulverizado e haverá consolidação." As três maiores produtoras de papel do país pela ordem, Klabin, Suzano e Votorantim Celulose e Papel -- detêm juntas 42% do mercado.

A movimentação para a consolidação já ocorre há alguns anos. A Klabin, a maior empresa do setor de papel no Brasil, com vendas de 2,8 bilhões de reais em 2003, é um exemplo. Ao longo dos anos 90, comprou dezenas de empresas de diversos segmentos, como celulose e papel descartável. Em outubro de 2000, os acionistas decidiram pagar 510 milhões de dólares pela Igaras, pertencente à Suzano e à americana Riverwood, numa época em que suas vendas eram de 800 milhões de dólares. O negócio conduziu a Klabin à liderança no mercado de caixas de papelão ondulado, com uma participação de 30%.

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A necessidade de crescer se revelou uma armadilha. Em 2002, a empresa mergulhou numa dívida quatro vezes maior do que seu lucro operacional naquele ano. Outras empresas desse mesmo setor acabaram numa crise semelhante, como a Ripasa. Em dificuldades, as famílias Zogbi, Derani e Zarzur decidiram vendê-la em novembro deste ano, para duas concorrentes maiores, a Votorantim Celulose e Papel e a Suzano.
Um dos motivos pelos quais as duas concorrentes Suzano e VCP uniram-se para arrematar a Ripasa foi impedir a expansão da maior rival, a International Paper. No Brasil, a IP possui a marca de papel para impressão Champion.

As grandes multinacionais de papel e celulose ainda têm um papel secundário na consolidação do setor. Mas, acredita-se, por pouco tempo. "As condições favoráveis de produção de matéria-prima do Brasil atraem as estrangeiras", diz Amaryllis Romano, da consultoria Tendências. A indústria brasileira de celulose e papel estabeleceu um poderoso diferencial graças às condições climáticas. No Brasil, o pinheiro, a árvore mais utilizada pela Klabin, atinge a idade de corte aos 20 anos. Na Europa, os concorrentes têm de esperar 100 anos para chegar ao mesmo ponto.

No caso de papel para embalagem, a Klabin já concorre ferozmente com a Rigesa, da americana Mead Westvaco, a maior produtora de papel-cartão do mundo, com uma produção global de 2,5 milhões de toneladas por ano.

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