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Sadia-Perdigão promete não aumentar preços

Maior empregadora privada do Brasil, Brasil Foods também diz que não vai demitir funcionários

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Sadia e Perdigão concretizam nesta terça-feira (19/05) a fusão que há dez anos já vinha sendo estudada. Depois de tantas tentativas frustradas, nasceu a Brasil Foods, a maior empregadora do Brasil, com mais de 116 mil funcionários. O grande ganho decorrente da integração das operações de ambas as companhias será nas áreas de logística e distribuição. "Seremos muito mais eficientes", afirmou Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração da Sadia.

Ele também descartou que a nova empresa usará sua posição dominante no mercado para elevar os preços - um temor de entidades de defesa do consumidor. 'Não colocaremos em risco a fidelidade dos consumidores", disse Furlan.

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Sadia e Perdigão preveem continuar com os produtos nas prateleiras sem nenhuma alteração de marca. "A Brasil Foods surge para ser uma marca institucional, como razão jurídica. Novos produtos serão lançados, porém, com as bandeiras já conhecidas", ressaltou Nildemar Secches, presidente do conselho da Perdigão.

Furlan e Secches, que permanecerão por dois anos como co-presidentes da nova companhia, reiteraram a importância global da operação. Além de poderem integrar os seus centros de distribuição ao redor do Brasil, a Brasil Foods será mais competitiva no mercado externo. China e EUA são os países prioritários para os negócios da empresa.

De acordo com os presidentes, nenhuma fábrica será fechada e não há riscos de demissões. "Pelo contrário, queremos aumentar o número de empregos e oportunidades aos profissionais". A grande preocupação dos dois executivos é conseguir integrar da melhor forma possível os funcionários de cada empresa, e, para isso, será feito um forte trabalho motivacional.

No primeiros meses não haverá interferência operacional. As empresas querem primeiro traçar um plano estratégico e prometem respeitar todas as regras legais de uma operação desse porte - que precisa ser aprovada por órgãos reguladores da concorrência no Brasil e no exterior.

Em relação as discussões sobre a concentração de mais de 50% do mercado em diversos segmentos - como pizzas, massas, carnes congeladas e refrigeradas - ambos os presidentes disseram que preferem aguardar as análises técnicas dos orgãos reguladores.

Nasce endividada

Apesar de a Brasil Foods ser inaugurada com uma dívida de 10,4 bilhões de reais, grande parte herdada da Sadia, que fechou o primeiro trimestre deste ano com uma dívida líquida de 6,8 bilhões de reais, Furlan espera ótimos resultados no longo prazo. "Nosso faturamento vai dobrar e esperamos uma melhora no mercado interno e externo após a crise".

Além disso, a Brasil Foods fará, a partir de julho, uma oferta pública de ações no valor de 4 bilhões de reais, priorizando os acionistas de ambas as empresas (68% de participação da Perdigão e 32% de participação da Sadia). Montante que, segundo Furlan, vai eliminar dívidas de curto prazo.

A Sadia vai continuar existindo paralelamente enquanto houver compensaçãoes fiscais e compromissõs legais a serem cumpridos devido aos prejuízos decorrentes de grandes perdas com derivativos no ano passado. Até agora, não há nenhum acordo oficial de capitalização com o BNDES. No entanto, Secches confirmou haver interesse do banco na operação.

O maior acionista da Brasil Foods será a Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com 12% de participação. Em seguida, mas também com 12%, aparecem as famílias Fontana e Furlan, que controlam a Sadia. Esses percentuais poderão ser alterados quando a Brasil Foods fizer o aumento de capital.

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