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Rio Polímeros já entra em operação com números superlativos

Empresa dos grupos Unipar, Suzano e Petroquisa e BNDESPar, fábrica produzirá polietileno, resina termoplástica própria para produção de fraldas a embalagens de alimentos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O início das operações da petroquímica Rio Polímeros, localizada na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, a partir de hoje (23/6), não representa apenas o surgimento de uma empresa que já nasce com números superlativos. Em 2006, quando estiver em pleno funcionamento, a RioPol, como é chamada, deverá faturar cerca de 650 milhões de dólares com a venda de polietileno, resina plástica aplicada em produtos desde fraldas até embalagens de alimentos. Isso garantirá a terceira posição entre as maiores desse mercado, atrás apenas da Braskem e da Ipiranga. Além de ser uma companhia que já nasce grande, a RioPol cria um novo paradigma de competição no crescente setor petroquímico brasileiro sobretudo por dois motivos. A empresa constitui o primeiro pólo integrado da região Sudeste, onde se concentra 60% do consumo de resinas do país. O único outro é a Braskem, em Camaçari, na Bahia. Trata-se também do primeiro pólo do país baseado em gás, processado na Refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Todas as outras centrais petroquímicas usam como matéria-prima a nafta, cujo preço disparou nos últimos meses. Em abril, o preço saltou 18% em relação ao mês anterior.

Das primeiras articulações entre os parceiros até agora, passando pelos estudos de viabilidade, o projeto levou mais de uma década para sair do papel. Com um investimento de 1 bilhão de dólares, a Riopol tem como principais acionistas a Suzano e a Unipar, dois dos maiores grupos petroquímicos do país, cada um com 33% de participação. Os outros 34% do capital estão divididos igualmente entre a Petrobras e a BNDESPar. Os acionistas articulados pela Petrobras -- demoraram para decidir as características do projeto e os prazos para a sua conclusão. O acaso parece ter conspirado a favor da Riopol. A largada da empresa coincide com uma fase pujante do setor. "A indústria petroquímica vive um ciclo de alta demanda e rentabilidade", afirma Solange Stumpf, diretora da Maxiquim, consultoria gaúcha especializada no setor petroquímico. Há dois anos, uma tonelada de polietileno custava em média 700 dólares. Hoje, esse valor quase dobrou.

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O momento está bom para novos investimentos nesse setor, mas nada garante que se mantenha assim daqui para a frente. Como os ciclos de demanda e oferta variam, a situação pode se reverter em médio prazo. Para diminuir os riscos, mesmo que o desempenho da petroquímica no mercado interno seja bem-sucedido, os financiadores Petrobras e BNDESPar exigiram que pelo menos 30% da produção seja exportada nos quatro primeiros anos de operação da empresa. "É uma medida de segurança, para criar uma reserva em moeda estrangeira", diz João Brandão, presidente da RioPol. A RioPol também não deverá se manter o único pólo a gás brasileiro indefinidamente. O próximo já tem local, valor de investimento e investidores definidos. É o pólo a gás da Braskem, que deverá ser inaugurado em 2009, na região de Corumbá, no Mato Grosso do Sul.

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