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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
Os resultados referentes ao primeiro trimestre do ano apresentados pela TIM, com prejuízo líquido 14,8% maior e perda de participação de mercado, decepcionaram mesmo os analistas não tão otimistas em relação à operadora.
A Link Investimentos, por exemplo, destacou que a redução de ARPU (receita média por usuário) de 12% veio "muito pior do que se imaginava", uma vez que a Claro reportou queda de 8% no indicador e a retração esperada para a Vivo é de 5%.
Mesmo a alta de 11% do número de assinantes não animou, já que a variação é bem menor que o crescimento do mercado de mais 20%. Além disso, a companhia fez uma limpeza de base de mais de um milhão de assinantes e continua sinalizando baixo crescimento e contínua perda de participação de mercado, segundo a corretora.
Recuperação?
Conforme reforçou a Link, a expectativa da companhia é de "levar a TIM, no segundo semestre, de volta ao caminho do crescimento sustentável", o que leva a crer que o próximo trimestre ainda será fraco, dificultando a tarefa de crescer a receita em 10% em 2009, de acordo com suas projeções.
No mesmo sentido, a Brascan, que também considerou os números negativos, acredita em uma recuperação a partir do segundo semestre, quando os benefícios provenientes do plano de reestruturação da operadora devem começar a aparecer. "Vale mencionar ainda que a recente aquisição da Intelig também poderá contribuir para a elevação da margem Ebitda da companhia", disse.
A equipe estimava um prejuízo líquido de 55 milhões de reais, bem abaixo dos 144 milhões de reais na verdade reportados pela TIM. A diferença foi explicada pelo resultado operacional mais fraco que o esperado e por maiores despesas de depreciação e amortização.
Apesar disso, os analistas recomendaram outperform (desempenho acima da média do mercado) aos papéis da operadora, com preço-alvo de 6,01 reais. Nesta sessão, as preferenciais (TCLS4) caíam 3,16%, negociadas a 3,67 às 15h58.
Situação da concorrente
Devido ao fraco resultado da TIM, a Link Investimentos afirmou preferir os papéis da Vivo, que se encontra melhor posicionada no setor. A equipe espera resultados com forte crescimento e manutenção de rentabilidade, a serem reportados na sexta-feira (08).
A Brascan, porém, discorda, estimando que o lucro líquido da Vivo encolha 66,9% em uma base anual, ficando em 85 milhões de reais.
"Esperamos resultados levemente negativos para Vivo no primeiro trimestre, em função da expectativa de redução de 2,3% na receita líquida e de 14,2% no Ebitda (lucro antes de impostos) da companhia em comparação ao quarto trimestre", afirmou.
Pesando contra a operadora, está o baixo crescimento esperado de sua base de assinantes, a redução do ARPU e despesas comerciais mais altas por causa da entrada da empresa no Nordeste.
Ainda assim, a equipe passou a recomendar outperform também às preferenciais, com preço-alvo de 49,95 reais por ação. Às 15,58, os papéis (VIVO4) subiam 1,87%, cotados a 36,93 reais.