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Renúncia de presidente da Oi abala conversas sobre dívida

Detentores de títulos da Oi perderam o mais importante parceiro de negociações após a saída repentina do diretor-presidente da empresa.

(Eny Miranda/Oi/Divulgação)

Mariana Desidério

Publicado em 27 de novembro de 2017 às 13h52.

Detentores de títulos da Oi perderam o mais importante parceiro de negociações após a saída repentina do diretor-presidente da cia., comprometendo as conversas para reestruturar uma dívida de US$ 19 bilhões.

Antes de renunciar em 24 de novembro, Marco Schroeder liderava as discussões com os credores representados por Moelis & Co. e G5 Evercore, que dizem deter a maior parte da dívida da Oi, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

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Os grupos de credores estão aguardando para ver se a Anatel ou o tribunal de falências vão intervir no conselho da Oi, que contestava Schroeder, disseram as pessoas, pedindo para não ser identificadas porque as informações são privadas.

A situação caótica pressiona o conselho e o presidente interino, Eurico Teles Neto, para se obter apoio suficiente a um novo plano de reestruturação, duas semanas antes de uma reunião crucial com os credores. As apostas são altas porque a Oi é o maior provedor de telefonia fixa do Brasil e opera partes essenciais da infraestrutura de telecomunicações do país.

O presidente Michel Temer tem pressionado por uma resolução ao impasse de 17 meses entre os detentores de títulos e um grupo de acionistas liderados pela Société Mondiale, do empresário Nelson Tanure.

Teles Neto, de 60 anos, manterá as funções de diretor jurídico da Oi até que o conselho de administração delibere a respeito, segundo comunicado divulgado em 24/novembro. Schroeder concluiu que não poderia mais trabalhar com o conselho e ficou frustrado com o que ele considerava um ritmo lento de ação do governo para ajudar a Oi a sair da recuperação judicial, disse uma pessoa familiarizada com o assunto mencionado anteriormente.

“As reuniões mais recentes do conselho de administração tornaram clara a necessidade de minha saída”, disse Schroeder, 53, em carta de demissão vista pela Bloomberg.

“Juntamente com o conselho de administração e colegas de administração da Oi, nos últimos meses experimentei grandes desafios para viabilizar a formulação e aprovação do nosso processo de recuperação judicial”.

Enquanto a saída de Schroeder é um sinal de turbulência na Oi, a nomeação de Teles Neto pode oferecer alguma estabilidade. Como principal advogado da empresa, ele tem sido fortemente envolvido nos processos judiciais e conversas com as partes interessadas.

Teles está na empresa desde 1981 ocupando várias posições, uma presença constante em uma empresa conhecida por sua troca de executivos. Se seu mandato interino se tornar permanente, ele será o sexto diretor-presidente da Oi em seis anos.

A Anatel não havia sido notificada da renúncia de Schroeder, disse Juarez Quadros, presidente da agência, em mensagem em 24/novembro. Um representante da Procuradora-Geral, Grace Mendonça, que supervisiona um grupo de trabalho encarregado de encontrar uma solução para a parcela pública da dívida da Oi, não quis comentar.

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