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Renault investe US$ 380 mi para dobrar vendas no Brasil até 2009

Plano pretende elevar a participação de mercado da montadora a 5,7%

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Como parte de um plano global de metas de crescimento, a Renault anunciou nesta quinta-feira (5/10) o objetivo de dobrar as vendas no Brasil e superar a marca de 100 000 veículos vendidos no país até 2009. O esforço vai exigir um investimento de 300 milhões de euros (o equivalente a 380 milhões de dólares) destinado a aumento da produção, contratação de novos colaboradores e tentativas de fortalecimento da marca no mercado local.

As metas foram apresentadas pelo novo presidente da operação brasileira da montadora, o francês Jérôme Stoll, no cargo desde maio. Segundo ele, a Renault pretende passar dos atuais 56 000 veículos vendidos para um total de 106 000 por ano - o que deixaria a montadora, de acordo com previsão própria, com uma participação de 5,7% do mercado. Hoje a francesa detém cerca de 3% das vendas no país.

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"Queremos recuperar o espaço que já foi da Renault, ainda temos 97% do mercado a conquistar", afirmou Stoll, lembrando que a montadora possuía 5% do mercado em 2001. O crescimento das vendas deve levar a francesa à primeira margem operacional positiva no Brasil até 2009, segundo o presidente. "Há 10 anos estamos perdendo dinheiro aqui." Além de pretender aumentar a receita, a Renault também está de olho na outra ponta das operações: quer cortar em 25% os preços que paga aos fornecedores, uma façanha que pretende conseguir por meio da negociação. O argumento? "Se os fornecedores não conseguirem diminuir os preços, terão de se preocupar, porque o Brasil precisa começar a ter os mesmos níveis de competitividade de outros países."

Novos modelos

Reconquistar o consumidor brasileiro exigirá o lançamento de cinco novos modelos no país: Mégane Grand Tour - previsto para novembro -, Logan sedã - no mercado em meados de 2007 -, dois outros modelos derivados da plataforma Logan, e um último ainda em desenvolvimento, que só deve ser lançado em 2009.

À venda no Brasil desde março, o novo Renault Mègane também faz parte da iniciativa, e foi definido como elemento fundamental da arrancada que a operação local da Renault pretender dar nos próximos anos. "No plano de vôo para 2009, este será o nosso veículo top de linha". Segundo o presidente da companhia, a maior oferta de produtos ajudará a reforçar a marca Renault entre os brasileiros, deteriorada pela falta de lançamentos nos últimos anos. "O cliente queria renovar o carro e não encontrava nada na Renault", afirmou.

Produção

O lançamento de cinco novos veículos no país fará a produção dar um salto das atuais 78 000 unidades por ano para cerca de 170 000 em 2009. Com isso, será preciso abrir mais um turno de trabalho na fábrica de veículos de passeio, instalada no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, no Paraná, e contratar aproximadamente mil funcionários até 2007.

A Renault planeja, assim, otimizar a fabricação de seus veículos. Hoje o uso de sua capacidade instalada está em 30%, e o objetivo é chegar a um índice de 90% até 2009. Além dos cinco modelos que pretende lançar, a francesa também acrescentará a suas linhas de produção dois novos veículos da aliada Nissan. Stoll não quis adiantar mais detalhes sobre a parceria.

Competitividade

A chegada de tantos modelos novos pode até estrangular a capacidade das fábricas da Renault, e por isso, segundo o presidente da operação brasileira e também diretor-geral das atividades no Mercosul, parte da produção no Brasil pode ser migrada para a Argentina. Segundo ele, o vizinho da América do Sul é mais competitivo. "Aqui temos o problema do real valorizado, das questões trabalhistas que impõem reajustes superiores à inflação. A competitividade do Brasil está caindo e a da Argentina aumentando", afirmou.

Outros modelos também podem deixar as linhas da Renault no país, mas por não terem exibido grandes resultados. De acordo com o presidente, já há estudos para substituir os modelos Kangoo e Scènic, mas ainda nada definido.

GM-Nissan-Renault

O presidente Jèrome Stoll preferiu não comentar a decisão das matrizes de General Motors, Nissan e Renault de encerrarem, nesta quarta-feira (4/10), as negociações para uma tríplice aliança que resultaria em sinergias para as montadoras.

Questionado sobre se a operação brasileira da Renault seria beneficiada caso o acordo fosse adiante, Stoll respondeu que "este não é mais o momento de especulação", e que a montadora "perdeu apenas tempo" com as conversas frustradas.

De acordo com o jornal britânico Financial Times, a Nissan e a Renault ainda estão em busca de uma parceria, e podem tentar chegar a um acordo com a Ford.

"Continuamos convencidos de que a aliança entre Renault e Nissan pode ser estendida a outros", afirmou um porta-voz da Nissan. "Sob as condições certas, a união com americanos teria sentido."

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