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Refino é recorde e Petrobras reduz importação de derivados

Estatal reduziu a importação de derivados de petróleo entre 10 mil e 15 mil barris/dia no primeiro trimestre, devido ao aumento do refino para patamares recordes


	Petrobras: empresa está importando cerca de 245 mil barris/dia de diesel e gasolina --patamar que deverá ser mantido até o final do ano.
 (EXAME/Arquivo)

Petrobras: empresa está importando cerca de 245 mil barris/dia de diesel e gasolina --patamar que deverá ser mantido até o final do ano. (EXAME/Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2013 às 17h22.

Rio de Janeiro - A Petrobras reduziu a importação de derivados de petróleo entre 10 mil e 15 mil barris/dia no primeiro trimestre, por conta do aumento do refino para patamares recordes, em um movimento que poderá melhorar o desempenho da divisão de Abastecimento da estatal.

A empresa está importando cerca de 245 mil barris/dia de diesel e gasolina --patamar que deverá ser mantido até o final do ano, anunciou nesta terça-feira o diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza, em entrevista a jornalistas.

"A redução do primeiro trimestre é uma boa tendência", disse o executivo. "Vamos ver se a gente consegue manter." A importação de diesel pela Petrobras é preponderante, somando cerca de 195 mil barris/dia. A gasolina responde por cerca de 50 mil barris de petróleo ao dia, informou o diretor de Abastecimento.

A forte importação de derivados de petróleo foi uma das causas para a piora dos resultados da estatal no ano passado, já que os preços dos combustíveis comercializados no país não acompanham os preços internacionais. No ano passado, o lucro da estatal recuou 36 %, para 21,18 bilhões de reais, configurando o menor lucro anual da empresa desde 2004.

"A política de preço da Petrobras não mudou, é de médio e longo prazo, e não repassamos volatilidade. É importante ter um mercado comprador e consumidor crescente. Sabemos as consequências perversas de inflação fora do controle", declarou a presidente da Petrobras, Maria das Graça Foster, no mesmo evento.

Nos últimos 12 meses, o governo autorizou quatro reajustes nos preços do diesel e dois para a gasolina, mas a paridade entre preços nacionais e externos ainda não foi alcançada.

"A nossa paridade com preços internacionais não atingiu seu melhor nível porque tivemos depreciação do real, como nossos preços são em reais nossos custos são maiores e a não paridade foi ampliada", adicionou a executiva.

Enquanto isso, no último domingo a petrolífera atingiu novo recorde de processamento em suas refinarias, totalizando 2,149 milhões de barris por dia, segundo o diretor.

"Isso reduz de forma substantiva a necessidade de importação com esse nível de processamento", afirmou Cosenza.

As importações brasileiras de derivados tiveram forte alta no ano passado para atender à crescente demanda, após anos sem a construção de novas refinarias. O consumo de combustíveis tem aumentado acima da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto.

O consumo de gasolina também cresceu com aumento da frota de carros flex e pelos preços mais competitivos do combustível frente ao álcool na maior parte do país.

"Nos últimos anos a demanda descolou do PIB e estamos sempre tendo que correr atrás dela", frisou Cosenza ao lembrar que a estimativa da empresa é de um aumento médio na demanda de 4,2 % entre 2012-2020.

Os executivos, no entanto, não entrarem em detalhes sobre as importações de petróleo, uma vez que a produção de óleo no país está abaixo do volume processado. Em fevereiro, a Petrobras produziu no Brasil 1,92 milhão de barris ao dia.

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