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Presidente da Perdigão prevê mais um ano difícil para a economia

Crescimento do PIB de 1% é o cenário considerado por Nildemar Secches para 2003

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O executivo Nildemar Secches, presidente da Perdigão, segunda maior indústria processadora de carnes do mercado brasileiro, gosta de se dizer otimista. Mas, segundo ele mesmo revelou hoje, num encontro de final de ano com a imprensa, os números considerados no orçamento da empresa -- fechado ontem -- demonstram uma expectativa bastante cautelosa em relação ao desempenho da economia brasileira nos próximos meses. Crescimento do PIB de 1%, inflação ao consumidor de 11%, IGP de 15%, dólar ao final do ano em 4 reais e juros na média iguais aos deste ano são algumas das projeções que balizam o plano de negócios da Perdigão para 2003. "Somos otimistas, mas não há como fugir da realidade", diz Secches. "Vai ser mais um ano difícil."

A Perdigão, no entanto, pretende crescer acima da média da economia. Nos últimos seis anos, a empresa manteve uma expansão média de 8% ao ano nos seus volumes. Para 2003, a previsão é crescer mais 8%. No mercado interno, Secches conta com aumento das vendas de produtos mais baratos e um crescimento menor das linhas mais sofisticadas -- como a de pratos prontos --, as de maior impulso nos últimos anos. No mercado externo, a Perdigão planeja vender em 2003 um volume 16% superior ao deste ano. O faturamento com a exportação em 2002 deve alcançar algo entre 400 milhões e 420 milhões de dólares. Somando exportações e receitas no mercado interno, a Perdigão projeta encerrar este ano com faturamento de 3,35 bilhões de reais, valor 18% maior que o registrado em 2001.

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O ano foi marcado por dificuldades acarretadas pela variação cambial. Com pelo menos 30% de seus custos diretamente atrelados ao dólar (de insumos como soja, milho, vitaminas e embalagens de papelão), a empresa sofreu pressão dos fornecedores e só repôs as margens recentemente com aumentos de preços ao consumidor na faixa de 8% a 14%. A desvalorização do real também afetou a dívida da Perdigão, especialmente no terceiro trimestre, quando a variação foi mais abrupta. A dívida em moeda estrangeira era da ordem de 100 milhões de dólares até setembro. Contudo, esse impacto, segundo Secches, vem sendo diluído ao longo do tempo porque a empresa conta com receitas mensais provenientes da exportação da ordem de 40 milhões de dólares. Mesmo assim, a Perdigão já reduziu para cerca de 80 milhões o montante do endividamento em dólares.

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