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Por que a Volkswagen Caminhões decidiu vender veículos leves

Em entrevista a EXAME.com, presidente da companhia explica o que a Volks Caminhões pretende com a entrada no novo nicho e por quais caminhos deve seguir

Delivery: novos modelos de caminhões da Volks vão de 3,5 a 10 toneladas (Divulgação/Divulgação)

Tatiana Vaz

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 18h09.

Última atualização em 13 de setembro de 2017 às 18h24.

São Paulo – Na tarde desta quarta, dia 13, um evento na fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus em Resende, no Rio de Janeiro, marcou a entrada da companhia em um novo segmento: o de veículos leves.

A nova linha Delivery é composta de caminhões que pesam até 13 toneladas e de modelos que pesam 3,5 toneladas, um nicho até então não explorado pela empresa. Menores e mais econômicas, as novidades foram pensadas para atrair outros tipos de consumidores. Em especial, comerciantes que transportam pequenas mercadorias em grandes cidades e que não tem habilitação especial.

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“Vimos que há uma demanda maior por esses tipos de caminhonetes em cidades como São Paulo, onde há restrição de horário para transporte de cargas”, explica Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, em entrevista a EXAME.com.

Os modelos concorrem diretamente com o Kia Bongo e a Mercedes-Benz Sprinter e terão preço competitivo, assegura Cortes, além de assistência, garantia e outros benefícios da marca.

As vendas serão feitas pelas 150 concessionárias da Volkswagen Caminhões no país, além de outros 200 pontos de vendas espalhados pela América Latina, já que parte da produção de Resende será vendida para mais de 30 países.

“Incluindo Chile e Perú, onde as concorrentes asiáticas entraram com força e onde queremos ganhar mercado”, afirma o executivo.

A companhia se preparou nos últimos anos para a guinada. Nos últimos cinco anos, os modelos foram desenvolvidos por equipes de engenheiros tanto do Brasil quanto da Alemanha. Nesse período, 380 engenheiros brasileiros foram enviados à sede alemã para trabalhar por um ano e meio com profissionais da Volkswagen de lá.

“Mas todo o processo foi liderado por um engenheiro do Brasil, o que é importante lembrar”, ressaltou Cortes.

Os investimentos de 1 bilhão de reais feito pela companhia no país foram, em grande parte, direcionados à criação dos modelos – e os recursos mantidos, mesmo com a recessão de mercado que o país apresentou nos últimos tempos.

As expectativas em relação às novidades, portanto, são altas.

“Esperamos aumentar nossa produção em 25% nos próximos dois anos, tanto para a atender a demanda interna quanto externa”, comenta Roberto.

Outro caminho

Para o período entre 2017 e 2021, a Volkswagen Caminhões e Ônibus tem o plano de investir ainda mais, 1,5 bilhão de reais, em novas tecnologias e modelos. Uma mostra de que a matriz alemã e a operação brasileira confiam na retomada do mercado.

“Os negócios da companhia estão estagnados, assim como todo o setor, que é um grande termômetro da economia”, afirmou Cortes. “Mas a estimativa é que a melhora aconteça de forma efetiva em 2019”.

Durante todo este ano, a Volks teve de adaptar a fábrica de Resende à demanda de caminhões e ônibus. Em janeiro, a companhia chegou a trabalhar em apenas um turno, quatro dias por semana. "Era uma tristeza, fechávamos as portas 13h e não trabalhávamos de sexta, nem de final de semana", lembra o executivo.

Em julho, a unidade passou a operar cinco vezes por semana e, atualmente, produz de segunda e sexta e faz horas extras em três sábados por mês.

"Um grande progresso, ainda que seja em um único turno", comenta Cortes. "Também estamos cancelando as férias coletivas de final de ano, coisa que não fazíamos desde 2011".

A empresa conta com 3.300 funcionários hoje, contra os 5.500 de 2013 - e ainda opera longe do limite de capacidade de produção.

"Mas estamos muito entusiasmados com os novos caminhos que começamos a seguir com os lançamentos", afirma o presidente da companhia.

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