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Plantio de transgênicos coloca Lula e Ciro em lados opostos

Talvez seja possível provar, em breve, que transgênicos fazem mesmo mal à saúde -ao menos, dentro das empresas que tentam vendê-los. A situação no Brasil é a seguinte: há três anos, o Poder Executivo é a favor do plantio comercial dos transgênicos, mas duas ações na Justiça Federal impedem a liberação. Agora, a Justiça dá […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Talvez seja possível provar, em breve, que transgênicos fazem mesmo mal à saúde -ao menos, dentro das empresas que tentam vendê-los. A situação no Brasil é a seguinte: há três anos, o Poder Executivo é a favor do plantio comercial dos transgênicos, mas duas ações na Justiça Federal impedem a liberação. Agora, a Justiça dá mostras que começa a ceder -só que o Poder Executivo, com seus novos ocupantes em 2003, pode passar a ser contra.

A proibição do plantio comercial de organismos geneticamente modificados (OGMs) deverá constar do programa de política agrícola do PT, a ser apresentado em setembro. A confirmação foi dada a EXAME por José Graziano, professor de economia agrícola da Unicamp e um dos principais formuladores da política agrícola de Luiz Inácio Lula da Silva. Graziano acompanhou Lula em um debate na Confederação Nacional da Agricultura (CNA). No mesmo dia, Ciro Gomes manifestou-se a favor da liberação dos transgênicos.

Um dos muitos executivos atormentados pelo vaivém é o belga Willy De Greef, diretor mundial de assuntos estratégicos da Syngenta. A gigante suíça, maior empresa de agronegócio do mundo, faturou 6,3 bilhões de dólares em 2001. De Greef passou por Brasília em meados de agosto. Entregou ao governo relatórios de impacto ambiental favoráveis aos transgênicos, feitos em outros países, como a Argentina. E tentou mostrar algum otimismo com relação à liberação dos transgênicos no Brasil. Sinto que não há mais medo com relação à saúde humana. O debate agora é sobre meio ambiente e mercado , disse ele a EXAME.

De fato, os opositores dos OGMs desviaram o foco das críticas do plano científico (ou seja, possíveis males que os transgênicos poderiam causar à saúde humana) para o plano comercial: as exportações para a Europa seriam prejudicadas se o Brasil plantasse transgênicos? Essa pode ser uma questão ainda mais complexa -- para azar das empresas de biotecnologia.

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