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Piracanjuba financia R$ 499 milhões com BNDES para fábrica de whey protein e lácteos

Com aporte de quase meio bilhão de reais do BNDES, Piracanjuba aposta na produção nacional de whey protein para disputar mercado dominado por importados

Nova fábrica do Grupo Piracanjuba em Jorge d’Oeste, no Paraná
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 09h07.

Última atualização em 14 de janeiro de 2025 às 09h55.

O Grupo Piracanjuba deu um passo importante no mercado de laticínios e suplementação. Com um financiamento de R$ 499 milhões do BNDES, a empresa vaiconstruir uma fábrica em São Jorge d’Oeste, no Paraná, voltada à produção de whey protein, lactose em pó, muçarela e manteiga.O investimento total no projeto é de R$ 612 milhões.

O movimento é estratégico. Hoje, cerca de 85% do whey protein consumido no Brasil é importado, segundo dados do governo. Com a nova planta, a Piracanjuba quer preencher essa lacuna e surfar na onda do mercado de suplementos esportivos, que faturou R$ 4,3 bilhões em 2023 e deve alcançar R$ 9,5 bilhões em 2028, segundo a Euromonitor.

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"Essa unidade industrial é um marco para o setor. Vamos trazer inovação, reduzir dependência de importação e gerar valor local", afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em nota. Ele destacou ainda que o projeto criará 250 empregos diretos na região e reforçará a balança comercial brasileira.

Como será a nova fábrica

A nova unidade terá capacidade de processar 1,2 milhão de litros de leite por dia, convertendo esse volume em até 6 mil toneladas anuais de whey protein e 14,8 mil toneladas de lactose em pó. Tudo isso será possível porque o projeto integra, no mesmo local, a produção de queijos e o processamento do soro do leite – um modelo já adotado nos Estados Unidos e Europa.

Com essa estrutura, a Piracanjuba também busca reduzir custos logísticos e descarbonizar parte de sua operação, eliminando o transporte de matéria-prima entre diferentes plantas.

Aposta na alimentação saudável

O investimento em whey protein não é uma iniciativa isolada. Em março de 2024, a Piracanjuba fez sua primeira aquisição: a startup Emana, especializada em suplementos, e tem Rodrigo Hibert entre os sócios. A compra reflete a estratégia da empresa de diversificar seu portfólio e apostar no mercado de vida saudável, que cresce dois dígitos desde 2021 no Brasil.

Hoje, o grupo conta com sete fábricas e 200 produtos no portfólio, incluindo opções com alto teor de proteína e leite zero lactose. Além da marca Piracanjuba, o grupo trabalaha com as marcas Emana, LeitBom e as licenciadas Almond Breeze, Ninho e Molico na linha leite longa vida.

O mercado está em expansão e o apetite do consumidor por proteínas segue alto. Resta saber se a Piracanjuba conseguirá tornar os seus produtos proteicos tão reconhecidos quanto o "Pi-ra-can-ju-ba" do jingle que virou marca registrada da empresa.

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