OGX prevê pico de 30 mil barris para Tubarão Martelo
Quatro dos sete poços previstos pela ex-OGX para alimentar a produção do campo localizado na Bacia de Campos estarão produzindo até maio do próximo ano
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2013 às 16h25.
São Paulo - A produção de petróleo da Oléo e Gás em Tubarão Martelo, único campo em operação da petroleira de Eike Batista , atingirá um pico de 30 mil barris diários quando todos os poços previstos estiverem conectados à plataforma.
Quatro dos sete poços previstos pela ex-OGX para alimentar a produção do campo localizado na Bacia de Campos estarão produzindo até maio do próximo ano, com dois já em operação, afirmou nesta terça-feira o diretor-presidente da petroleira, Paulo Narcélio, durante evento com investidores na sede da companhia.
A endividada companhia, em processo de recuperação judicial, tem evitado divulgar estimativas de volumes e prazos de produção de petróleo. Nesta linha, tanto o CEO como outros executivos presentes ao evento se recusaram a informar quanto o campo está produzindo atualmente, bem como projeções de quando estimam alcançar o pico de produção.
"Vamos evitar dar previsão de produção... vamos esperar o campo de Tubarão Martelo estabilizar a produção", afirmou o executivo da companhia, castigada pelo mercado este ano após não cumprir promessas feitas no passado.
A ex-OGX informou no dia 6 de dezembro que começou a produzir em Tubarão Martelo, a partir de um poço. No dia 9, comunicou ao mercado a entrada em operação do segundo poço. A área é uma das poucas apostas de sobrevivência da empresa neste momento.
Para dar continuidade ao processo de aumento da produção, investimentos no terceiro e quarto poço já estão garantidos, disse o CEO.
O terceiro poço deverá produzir em abril, e o quarto poço tem previsão para maio, disse o gerente de reservatórios da empresa, Armando de Almeida Ferreira, durante o encontro com investidores e analistas no Rio de Janeiro.
Ele disse ainda que a empresa já furou seis poços dos sete que deverão produzir no campo.
Receita Garante
O diretor-presidente da petroleira afirmou que a sobrevivência da operação do campo de Tubarão Martelo, a partir da plataforma OSX3, da empresa irmã OSX, que também está em processo de recuperação judicial, poderá ser garantida partir da receita de petróleo.
"Previsões de retorno de caixa já existem", afirmou, acrescentando que o aluguel da plataforma, com vencimento em janeiro, será honrado.
No começo de julho, a OGX anunciou a desistência de investir em alguns campos na Bacia de Campos antes considerados promissores.
Desde então, Tubarão Martelo é apontado como o principal ativo da companhia.
Mudou de Ideia
Mas recentemente a companhia disse que estuda retomar a produção do campo de Tubarão Azul, após a agência reguladora se posicionar contrária à interrupção das operações.
Indagado sobre a mudança de avaliação da empresa em relação ao campo de Tubarão Azul, de inviável para viável economicamente, o presidente da empresa disse que isso dependerá da redução de custos, mais especificamente do custo do aluguel da plataforma.
Oliva e Atlanta
O bloco BS-4, que originou Atlanta e Oliva, terá um sistema de produção antecipado para extrair 25 mil barris inicialmente, disse a empresa nesta terça-feira.
Depois da implantação do sistema definitivo da área, estimado para 2018, a produção deverá alcançar 80 mil barris diários.
O volume será compartilhado com parceiros que possuem a concessão da área, operada pela Queiroz Galvão. A OGX comprou 40 por cento da concessão da Petrobras, no ano passado.
Segundo os executivos da OGX, a empresa e seus sócios estudam perfurar no pré-sal do bloco, que fica ao lado da gigantesca área de Libra, na Bacia de Santos.
Ceará e Potiguar
A empresa informou ainda estimativas de volumes recuperáveis para áreas nas bacias do Ceará e Potiguar.
A petroleira e seus parceiros têm 277 milhões de barris de petróleo em volumes recuperáveis na Bacia do Ceará, incluindo 118 milhões da fatia da empresa de Eike Batista, disse executivo da companhia nesta terça-feira no evento no Rio.
Para atuar em blocos da Colômbia, a empresa de Eike procura sócios, entre os quais a colombiana Ecopetrol.
Bombardeio dos Investidores
Durante o evento, alguns investidores que perderam dinheiro devido à derrocada da OGX bombardearam os executivos com perguntas sobre perspectivas e acusações de mau uso do caixa da empresa ao longo de sua trajetória.
Um deles, que pediu para não ser identificado, questionou os executivos da petroleira sobre a compra de ativos novos com recursos que eram destinados ao Capex da empresa, para o desenvolvimento de áreas que acabaram deixadas de lado por falta de verba.
Os executivos responderam que havia recursos previstos, mas que a desistência da Petronas na compra de parcela de Tubarão Martelo acabou frustrando as expectativas e provocando o colapso. A "put" não efetivada, com aporte prometido pelo acionista controlador de 1 bilhão de dólares, também afetou a empresa.
"Petronas não era aperto de mão, era contrato... Todas as obrigações da OGX nesse contrato ela fez... Vamos tomar providências necessárias." Tanto o acordo com a Petronas quanto a "put", não honrados pelas partes, estão sendo buscados para serem exercidos pela ex-OGX, segundo o CEO.
"Se esse contrato com a Petronas tivesse sido performado, não estaríamos em recuperação judicial", disse ele.
Outro investidor, exaltado, cobrou da ex-OGX atualização das estimativas de produção, o que foi negado pelos executivos. O CEO disse que a obrigação da empresa é informar à agência reguladora e ao mercado apenas trimestralmente, nos relatórios de divulgação de resultados.
Atualizado às 17h25min de 17/12/2013, para adicionar mais informações.
São Paulo - A produção de petróleo da Oléo e Gás em Tubarão Martelo, único campo em operação da petroleira de Eike Batista , atingirá um pico de 30 mil barris diários quando todos os poços previstos estiverem conectados à plataforma.
Quatro dos sete poços previstos pela ex-OGX para alimentar a produção do campo localizado na Bacia de Campos estarão produzindo até maio do próximo ano, com dois já em operação, afirmou nesta terça-feira o diretor-presidente da petroleira, Paulo Narcélio, durante evento com investidores na sede da companhia.
A endividada companhia, em processo de recuperação judicial, tem evitado divulgar estimativas de volumes e prazos de produção de petróleo. Nesta linha, tanto o CEO como outros executivos presentes ao evento se recusaram a informar quanto o campo está produzindo atualmente, bem como projeções de quando estimam alcançar o pico de produção.
"Vamos evitar dar previsão de produção... vamos esperar o campo de Tubarão Martelo estabilizar a produção", afirmou o executivo da companhia, castigada pelo mercado este ano após não cumprir promessas feitas no passado.
A ex-OGX informou no dia 6 de dezembro que começou a produzir em Tubarão Martelo, a partir de um poço. No dia 9, comunicou ao mercado a entrada em operação do segundo poço. A área é uma das poucas apostas de sobrevivência da empresa neste momento.
Para dar continuidade ao processo de aumento da produção, investimentos no terceiro e quarto poço já estão garantidos, disse o CEO.
O terceiro poço deverá produzir em abril, e o quarto poço tem previsão para maio, disse o gerente de reservatórios da empresa, Armando de Almeida Ferreira, durante o encontro com investidores e analistas no Rio de Janeiro.
Ele disse ainda que a empresa já furou seis poços dos sete que deverão produzir no campo.
Receita Garante
O diretor-presidente da petroleira afirmou que a sobrevivência da operação do campo de Tubarão Martelo, a partir da plataforma OSX3, da empresa irmã OSX, que também está em processo de recuperação judicial, poderá ser garantida partir da receita de petróleo.
"Previsões de retorno de caixa já existem", afirmou, acrescentando que o aluguel da plataforma, com vencimento em janeiro, será honrado.
No começo de julho, a OGX anunciou a desistência de investir em alguns campos na Bacia de Campos antes considerados promissores.
Desde então, Tubarão Martelo é apontado como o principal ativo da companhia.
Mudou de Ideia
Mas recentemente a companhia disse que estuda retomar a produção do campo de Tubarão Azul, após a agência reguladora se posicionar contrária à interrupção das operações.
Indagado sobre a mudança de avaliação da empresa em relação ao campo de Tubarão Azul, de inviável para viável economicamente, o presidente da empresa disse que isso dependerá da redução de custos, mais especificamente do custo do aluguel da plataforma.
Oliva e Atlanta
O bloco BS-4, que originou Atlanta e Oliva, terá um sistema de produção antecipado para extrair 25 mil barris inicialmente, disse a empresa nesta terça-feira.
Depois da implantação do sistema definitivo da área, estimado para 2018, a produção deverá alcançar 80 mil barris diários.
O volume será compartilhado com parceiros que possuem a concessão da área, operada pela Queiroz Galvão. A OGX comprou 40 por cento da concessão da Petrobras, no ano passado.
Segundo os executivos da OGX, a empresa e seus sócios estudam perfurar no pré-sal do bloco, que fica ao lado da gigantesca área de Libra, na Bacia de Santos.
Ceará e Potiguar
A empresa informou ainda estimativas de volumes recuperáveis para áreas nas bacias do Ceará e Potiguar.
A petroleira e seus parceiros têm 277 milhões de barris de petróleo em volumes recuperáveis na Bacia do Ceará, incluindo 118 milhões da fatia da empresa de Eike Batista, disse executivo da companhia nesta terça-feira no evento no Rio.
Para atuar em blocos da Colômbia, a empresa de Eike procura sócios, entre os quais a colombiana Ecopetrol.
Bombardeio dos Investidores
Durante o evento, alguns investidores que perderam dinheiro devido à derrocada da OGX bombardearam os executivos com perguntas sobre perspectivas e acusações de mau uso do caixa da empresa ao longo de sua trajetória.
Um deles, que pediu para não ser identificado, questionou os executivos da petroleira sobre a compra de ativos novos com recursos que eram destinados ao Capex da empresa, para o desenvolvimento de áreas que acabaram deixadas de lado por falta de verba.
Os executivos responderam que havia recursos previstos, mas que a desistência da Petronas na compra de parcela de Tubarão Martelo acabou frustrando as expectativas e provocando o colapso. A "put" não efetivada, com aporte prometido pelo acionista controlador de 1 bilhão de dólares, também afetou a empresa.
"Petronas não era aperto de mão, era contrato... Todas as obrigações da OGX nesse contrato ela fez... Vamos tomar providências necessárias." Tanto o acordo com a Petronas quanto a "put", não honrados pelas partes, estão sendo buscados para serem exercidos pela ex-OGX, segundo o CEO.
"Se esse contrato com a Petronas tivesse sido performado, não estaríamos em recuperação judicial", disse ele.
Outro investidor, exaltado, cobrou da ex-OGX atualização das estimativas de produção, o que foi negado pelos executivos. O CEO disse que a obrigação da empresa é informar à agência reguladora e ao mercado apenas trimestralmente, nos relatórios de divulgação de resultados.
Atualizado às 17h25min de 17/12/2013, para adicionar mais informações.