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Petrobras pretende vender participação na Braskem até o fim de 2020

Roberto Castello Branco, presidente da petroleira, disse que já negocia com a Odebrecht tornar a empresa uma corporação

Braskem: empresa também precisa resolver o problema sobre a extração de salgema em Alagoas, que gerou rachaduras em imóveis da cidade (Luke Sharrett/Bloomberg)
AO

Agência O Globo

Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 15h30.

O presidente da Petrobras , Roberto Castello Branco, informou nesta quarta-feira que a companhia pretende vender sua participação na Braskem , a maior petroquímica da América Latina, até o fim do próximo ano, em uma operação no mercado de capitais.

Segundo Castello Branco, a Petrobras já iniciou negociações com a Odebrecht , o sócio controlador da petroquímica, no sentido de unificar as ações em ordinárias para transformar a companhia em uma corporação.  Em encontro com jornalistas no Rio de Janeiro, ele informou que a medida vai beneficiar todos os acionistas com geração de valor.

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Outra medida importante para melhorar os resultados da Braskem é a solução do problema da mina de Salgema, em Alagoas. "Com esses dois movimentos, acredito que a Braskem vai recuperar o valor que perdeu ao longo deste ano", ressaltou.

Castello Branco afirmou que a intenção é a Petrobras se desfazer de sua parcela de 36% do capital que detém na Braskem, no máximo, em 12 meses, independente das negociações que a Odebrecht esteja fazendo em relação à venda de sua participação na petroquímica.

O presidente ainda criticou o fato de a Odebrecht ter se comprometido com seus credores de vender sua participação na Braskem em 36 meses, o que para ele é um período muito longo.

"Nós queremos fazer essa modificação acionária convertendo todas as ações em ordinárias e encerrar o acordo de acionistas com a Odebrecht,  vendendo nossa parcela via mercado de capitais. A Braskem é uma empresa de capital aberto. Falar em vender em 36 meses é conversa de quem não quer vender", ressaltou Castello Branco.

O setor privado vai poder negociar importação de gás natural com a Bolívia em volumes entre 10 milhões de metros cúbicos por dia a 18 milhões, com a redução das importações pela Petrobras.

Segundo Castello Branco, nos próximos dias, elle vai receber representantes da YPFB, a estatal de petróleo boliviana, para conversar sobre  o novo contrato de importação de gás natural do país vizinho. O atual contrato, que prevê a importação de até 30 milhões de metros cúbicos por dia de gás, vence agora no fim do ano.

O presidente da Petrobras acrescentou que, na renovação do contrato, a petroleira brasileira deverá ficar com um volume entre 12 milhões de metros cúbicos/dia a 20 milhões de metros cúbicos/dia.

O executivo disse não estar preocupado caso o novo contrato não seja fechado ainda neste ano, uma vez que a Petrobras tem volumes excedentes de gás boliviano já pago, mas ainda não consumidos.

"O objetivo da Petrobras é assegurar os volumes de gás boliviano ao menor preço possível, e ao mesmo tempo abrir espaço para o setor privado  Temos o compromisso feito inclusive com o Cade de abrir o mercado de gás natural para a competição", ressaltou Castello Branco.

O presidente da Petrobras informou também que a companhia pretende sair das atividades de exploração e produção de petróleo e principalmente de gás natural na Bolívia. Segundo o executivo não interessa para a Petrobras ser uma mera prestadora de serviços naquele país.

A Petrobras atua como prestadora de serviços nos campos de San Alberto, Sábalo, Itaú e da área de exploração San Telmo Norte localizados no departamento de Tarija. No passado, a Petrobras detinha participação nesses campos onde era operadora, mas desde que o então presidente da Bolívia Evo Morales nacionalizou as reservas de  petróleo e gás, em 2006,  a estatal brasileira passou  a ser apenas uma prestadora de serviços.

"Nós tínhamos campos de gás, vendemos  para YPFB, e recebemos pelo serviço de produção, porque somos prestadora de serviços", destacou Castello Branco.

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