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Petrobras muda estratégia para subir conteúdo nacional a 75%

Rio de Janeiro - A Petrobras quer ter maior controle sobre o conteúdo nacional presente nos equipamentos e serviços que contrata e tem como meta elevar de 65 para cerca de 75 por cento a fatia brasileira das suas encomendas. De acordo com o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, para atingir […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Rio de Janeiro - A Petrobras quer ter maior controle sobre o conteúdo nacional presente nos equipamentos e serviços que contrata e tem como meta elevar de 65 para cerca de 75 por cento a fatia brasileira das suas encomendas.

De acordo com o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, para atingir esse objetivo a empresa está alterando a estratégia de contratação dos equipamentos.

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"Era 65 por cento no Brasil de 2003, quando a indústria não estava instalada. Hoje tem muito mais coisas sendo feitas aqui...por isso podemos aumentar o conteúdo nacional para mais de 70 por cento", afirmou o executivo.

Durante a campanha eleitoral de 2002, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a necessidade de conteúdo nacional nas encomendas da Petrobras como plataforma política, o que foi implantado na empresa após sua posse.

Estrella explicou que daqui para frente as licitações de plataformas serão feitas por partes e não mais da unidade inteira de uma vez, o que já está ocorrendo na licitação das plataformas P-58 e P-62, que serão instaladas nos campos de Baleia Azul (Parque das Baleias, no Espírito Santo) e Roncador (bacia de Campos), respectivamente.

O mesmo método será repetido em todas as licitações para as áreas do pré-sal.

Segundo Estrella, a empresa lançará no mercado ao longo de abril a licitação dos módulos e do sistema de automação e controle das duas unidades (P-58 e P-62).

"Temos maior controle sobre a cadeia quando fazemos o controle de coisas menores, naquelas grandes a gente se perdia e delegava, o epecista tinha direito de comprar lá fora mas mantinha o (nível) do conteúdo porque deixava algo mais pesado para fazer aqui", complementou.

De acordo com Estrella, o ganho de escala que os fornecedores terão com as encomendas em pacotes trará economia para a Petrobras.

"Escala é importante, diminui o preço porque estamos contratando em pacote, mesmo a 58 e a 62 já são duas, reduz o preço e ao mesmo tempo aumenta o conteúdo nacional", disse o diretor.

Ele lembrou que os cascos das plataformas do pré-sal já terão 100 por cento de conteúdo nacional e informou que o primeiro a ficar pronto, em 2013, será destinado ao campo de Tupi, o primeiro que ganhará um sistema definitivo de produção, depois de passar pelas fases de Teste de Longa Duração (TLD) e projeto piloto, previsto para começar em outubro.

Segundo Estrella, não existe risco da Petrobras pagar mais pelos produtos por serem feitos no país porque a estatal adotou um sistema de métricas internacionais, que não podem ser ultrapassadas.

"Construímos métricas internacionais para comparar os preços de várias partes do mundo, os cascos já foram assim", disse o diretor, referindo-se aos primeiros oito cascos de plataformas para o pré-sal que estão sendo construídos em um estaleiro em Rio Grande (RS).

"Só não pode pegar (como parâmetro) um negócio que é feito em Cingapura, daquele povo submetido àquelas condições trabalhistas, isso não queremos. Se ficar mais caro a gente paga mais caro (que Cingapura)", afirmou.

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