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Petrobras deve instalar projeto-piloto em Tupi entre 2010 e 2011

Objetivo é testar o potencial da jazida com produção de 100.000 barris diários de petróleo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Petrobras pretende instalar um projeto-piloto para a exploração da área de Tupi, a maior reserva de petróleo e gás já descoberta no Brasil, entre 2010 e 2011. Inicialmente, a unidade produzirá 100.000 barris diários de óleo, mas ainda não está claro o verdadeiro potencial comercial da jazida. Alguns analistas estimam que, a plena carga, os poços poderiam gerar cinco vezes mais. Em teleconferência com analistas de mercado no início da noite desta quinta-feira (8/11), porém, a diretoria da Petrobras afirmou ser prematura qualquer previsão. "O volume de produção dependerá da análise dos dados da planta-piloto", afirmou Guilherme de Oliveira Estrella, diretor de Exploração e Produção da companhia.

A Petrobras terá de resolver uma série de questões para que a área de Tupi torne-se comercialmente produtiva. A primeira é baratear o custo de produção. A reserva foi descoberta numa formação geológica bastante profunda, chamada de pré-sal, por estar coberta por uma camada de cerca de 2.000 metros de sal marinho depositado no leito oceânico. Foram investidos 1 bilhão de dólares nos últimos dois anos para perfurar 15 poços de testes na área de Tupi. O primeiro poço custou à Petrobras 240 milhões de dólares e demorou mais de um ano para ser perfurado. O último foi feito em 60 dias, a um preço de 60 milhões de dólares.

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"Isso mostra que estamos aprendendo, mas, ainda assim, é muito caro", afirma Estrella. "Não há barreira tecnológica objetiva. Nossos esforços agora são para baratear os custos", completou. Segundo a Petrobras, a empresa foi a primeira petrolífera no mundo a explorar a camada pré-sal, o que implica em investir no aprendizado.

Custos de produção

De qualquer modo, dada a complexa tecnologia envolvida na exploração desse tipo de formação geológica, é provável que o custo de exploração da jazida seja maior que a de outras da Petrobras. Por isso, sua viabilidade comercial dependerá também das perspectivas da cotação do petróleo nos próximos anos. Nesse caso, a diretoria da empresa aposta que o cenário não deverá mudar drasticamente. "A tendência de manutenção de altos preços do óleo vai permitir investimentos em novas tecnologias", diz Estrella.

A companhia também precisará definir que processo de produção vai adotar. Para o projeto-piloto, há duas possibilidades: deslocar um navio-plataforma de uma região em declínio para a área de Tupi; ou licitar a construção de um navio específico para a jazida. A decisão dependerá dos custos e dos dados de exploração analisados.

Já para a produção comercial, a empresa também aguarda o resultado de testes em áreas próximas à nova reserva. Não está descartada a construção de uma infra-estrutura comum, caso essas áreas também sejam viáveis.

Os investimentos necessários para a implantação da planta-piloto e para a exploração comercial de Tupi ainda não foram estimados. Em agosto deste ano, a Petrobras divulgou um programa de investimentos de 112,4 bilhões de dólares para o período de 2008 a 2012. Cinqüenta e oito por cento do total será destinado para a área de exploração e produção. Quando elaborou o orçamento, a Petrobras ainda não conhecia o potencial de Tupi. Por isso, sua exploração pode mudar o investimento previsto, de acordo com o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli. "Provavelmente, teremos de alterar o orçamento", disse.

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