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Petrobras dá prazo a estaleiro EAS para substituir Samsung

O novo sócio do estaleiro terá que colocar 400 milhões de dólares no projeto para ficar com 30 por cento da companhia

A Transpetro, subsidiária da Petrobras para logística, deu prazo para que o estaleiro controlado pelas construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão consiga um sócio com tecnologia em construção naval (Germano Lüders/EXAME)

A Transpetro, subsidiária da Petrobras para logística, deu prazo para que o estaleiro controlado pelas construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão consiga um sócio com tecnologia em construção naval (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2012 às 14h15.

Rio de Janeiro - A Petrobras tem respaldo contratual para cancelar encomendas bilionárias com o Atlântico Sul caso o estaleiro não providencie um outro parceiro que detenha tecnologia para substituir a coreana Samsung, que deixou a sociedade por problemas entre os acionistas.

A Transpetro, subsidiária da Petrobras para logística, deu prazo para que o estaleiro controlado pelas construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão consiga um sócio com tecnologia em construção naval, afirmou nesta terça-feira o presidente da Transpetro, Sérgio Machado. "O estaleiro Atlântico Sul está buscando novo parceiro que é indispensável para que possamos atingir produtividade... Demos prazo... poucos dias", afirmou ele a jornalistas, após palestrar em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O executivo, porém, evitou informar quanto tempo foi dado ao Atlântico Sul para o cumprimento desta cláusula no contrato que prevê a manutenção de um sócio com expertise, e ponderou que não é fácil atrair um parceiro em pouco tempo.

A notícia da saída da Samsung do EAS foi dada em meados de março. "Ninguém está preparado para tomar uma decisão dessas em um mês", afirmou.

A Transpetro encomendou 22 navios ao EAS, num total de 3,1 bilhões de dólares em encomendas. Além disso, a Petrobras, via a empresa intermediária Sete Brasil, contratou sete sondas de perfuração com perspectiva de serem construídas no mesmo estaleiro. A encomenda das sete sondas recebida pelo EAS está avaliada em 4,6 bilhões de dólares. "Essas questões estão previstas em contrato... Não queremos usar contrato; queremos é construir navios e tornar o estaleiro competitivo... na hora certa, o contrato nos garante, e nós vamos usar", afirmou Machado. "Com certeza não seremos enrolados eternamente porque essa não é a nossa característica", acrescentou.

Os sócios Camargo Corrêa e Queiroz Galvão não estariam se entendendo com a Samsung havia algum tempo. Insatisfeito com a pequena fatia de 6 por cento no empreendimento, segundo fontes, o grupo não teria aceitado transferir sua tecnologia para o EAS, culminando no atraso de cronogramas e desajustes na entrega de embarcações. A Samsung acabou deixando o estaleiro justamente quando a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, apoiava a empresa coreana, falando que o grupo deveria ter um aumento na sua participação acionária.

O novo sócio do estaleiro terá que colocar 400 milhões de dólares no projeto para ficar com 30 por cento da companhia, disse uma fonte recentemente à Reuters. As construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, que hoje possuem 50 por cento do estaleiro cada, negociavam com várias empresas, segundo a fonte. 

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