PdvSA começa a investir no Brasil pelas bordas

O ingresso da PdvSA, estatal venezuela de petróleo, no mercado brasileiro está acontecendo pelas bordas. A refinaria de US$ 2 bilhões em parceria com a Renor, ainda está em cima do muro. Mas a empresa começa a atuar em outras frentes para começar a colocar a sua marca no mercado brasileiro.

A expansão tem duas frentes. Na região Norte, a empresa fecha a compra de postos de gasolina ou negocia a adoção de sua bandeira. A entrada nesse mercado se dá com a PDV, subsidiária americana da companhia. Na região Sudeste, a empresa iniciou em fevereiro a comercialização de sua linha de lubrificantes. A empresa já está colocando seus produtos em São Paulo, o maior mercado do país, através de parceria com a área de logística da Proxis. Segundo Juarez Seleme, o vice-presidente da Proxis, a PdvSA vai tentar conseguir 2% do mercado de lubrificantes e alcançar um faturamento de 10 milhões de reais em três anos nessa região do país.

A empresa passa por uma crise em sua matriz e a instalação de uma refinaria no estado de Pernambuco, acertado com o governo local, está em suspenso. Para viabilizar o investimento estimado em 2 bilhões de dólares, os governos federal e estadual estudam uma parceria com a Petrobras. O protocolo de intenções, assinado entre a PdvSA e a Renor, é considerado sigiloso pelas empresas e pelo governo do estado de Pernambuco.

"Acho muito pouco provável que a PdvSA invista tanto no Brasil ou em qualquer outro lugar. A empresa está em sérias dificuldades financeiras", afirma Jack Sweeney, analista sênior da Stratfor Predictive. "Qualquer acordo feito antes da greve geral foi deixado de lado completamente. Nada na PdvSA será o mesmo depois dessa greve", afirmou.