Negócios

PDG apresenta 38 planos de recuperação judicial

A companhia abriu o pedido de recuperação judicial em fevereiro e, agora, ela apresentou seu projeto de como pretende pagar seus credores.

PDG: Foi apresentado um plano único para todo o grupo e mais 37 planos individuais para suas controladas (Talita Abrantes/Site Exame)

PDG: Foi apresentado um plano único para todo o grupo e mais 37 planos individuais para suas controladas (Talita Abrantes/Site Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 7 de junho de 2017 às 15h36.

Última atualização em 8 de junho de 2017 às 09h34.

São Paulo - A construtora PDG Realty e a PDG Securitizadora apresentaram ontem, 6, 38 planos de recuperação judicial à CVM.

A companhia abriu o pedido de recuperação judicial em fevereiro deste ano. Agora, ela apresentou seu projeto de como pretende pagar seus credores. Foi apresentado um plano único para todo o grupo e mais 37 planos individuais para suas controladas.

O plano, de 102 páginas, tem 44 dedicadas apenas a numerar cada uma das empresas do grupo em recuperação judicial. O projeto corre na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo.

O grupo criou, para sua operação, 512 sociedades diferentes. Elas possuem patrimônio e personalidade jurídica próprios, mas atuam sob a direção e controle comuns da PDG.

Juntas, as companhias têm dívidas concursais de R$ 3,8 bilhões e extraconcursais de R$ 1,6 bilhão, que têm garantia. Dos créditos concursais, R$ 1,1 bilhão também têm garantia. No total de R$ 5,4 bilhões bi de dívida bancária, 50% tem garantia, segundo a companhia.

 

No balanço do 1° trimestre de 2017, a dívida líquida da empresa era de R$ 5,09 bilhões. A sua "alavancagem estendida", que soma também os custos a incorrer da companhia, é de R$ 5,8 bilhões.

Entre os seus principais credores, estão os bancos Bradesco, Itaú, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

Grupos de credores

No plano geral, a PDG descreveu como irá pagar suas dívidas de acordo com cada grupo de credores.

Os credores com garantias reais terão 54% dos seus créditos transformados em debêntures. Os restantes 46% usarão os ativos da empresa como garantia para a quitação do pagamento.

Os credores sem garantias reais, também chamados de quirografários, terão três opções. A primeira é receber até R$ 25 mil em dinheiro em até um ano da homologação do plano.

A segunda é converter os créditos em debêntures. A terceira opção é conversão dos créditos em ações da PDG.

Os fornecedores, principalmente empresas pequenas e microempresas, tambpem podem escolher entre conversão dos créditos em debêntures ou ações da empresa ou pagamento de até R$ 10 mil em dinheiro.

Os credores trabalhistas serão pagos integralmente, sem desconto e incidência de juros, em uma ou mais parcelas, em até um ano da homologação judicial do plano.

Dificuldades financeiras

Nos seus 18 anos de fundação, o grupo lançou mais de 146 mil unidades imobiliárias. Com a crise econômica, no entanto, o grupo viu suas vendas diminuírem. A PDG apresentou prejuízo de R$ 5,3 bilhões em 2016.

No documento, a companhia diz que, para viabilizar seu crescimento, ela realizou a captação de recursos junto ao mercado financeiro brasileiro especialmente por meio da contratação de financiamentos bancários e da emissão de títulos de dívida no mercado de capitais.

Para tanto, onerou em favor de seus credores financeiros parte expressiva dos seus ativos, "incluindo unidades imobiliárias e recebíveis, de forma que parcela relevante das fontes de receita do Grupo PDG encontra-se comprometida com o adimplemento de compromissos financeiros".

A empresa elencou diversas ações para melhorar seu balanço financeiro.

Entre elas, estão a redução de novos lançamentos, focando inteiramente na venda de seu estoque e na conclusão das obras em andamento, redução de sua estrutura e seu contingente de colaboradores, para cortar custos gerais e administrativos e a venda de ativos não estratégicos.

 

Matéria atualizada para incluir valor da dívida bancária da PDG, no dia 8 de julho às 9h30.

Acompanhe tudo sobre:PDGConstrutorasRecuperações judiciaisConstrução civil

Mais de Negócios

Depois da Shein, França denuncia seis sites por venda de itens ilícitos

Distribuidora de lubrificantes azeita expansão com sua nova sede no PR

Do Piauí ao mundo: Como um colégio de Teresina virou referência em aprovações no ITA e no exterior

Como uma marca de jeans saiu de US$ 100 mil para US$ 16 mi sem gastar com anúncios