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ONG acusa multinacionais de não comprovar trabalho infantil

Em um relatório, AI e a ONG Afrewatch documentam como é comprado o cobalto em zonas onde o trabalho infantil está muito estendido

Cobalto: pelo menos 50% do cobalto de todo o mundo é produzido na RDC, onde em 2014 havia cerca de 40 mil crianças trabalhando nas minas (Robyn Beck/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 07h40.

Nairóbi - Multinacionais tecnológicas como Apple, Samsung e Sony não fazem as comprovações básicas para assegurar que seus produtos não utilizam cobalto extraído com mão de obra infantil em países como a República Democrática do Congo (RDC), denunciou nesta terça-feira a Anistia Internacional (AI).

Em um relatório, AI e a ONG Afrewatch documentam como é comprado o cobalto em zonas onde o trabalho infantil está muito estendido e vendido ao Congo Dongfang Mining (CDM), filial da chinesa Huayong Cobalt, que o distribui a fabricantes de baterias que abastecem empresas como Apple, Microsoft, Samsung, Sony e Volkswagen.

"É hora das grandes marcas assumirem parte da responsabilidade da extração das matérias-primas com as quais fazem seus lucrativos produtos", apontou o investigador da AI sobre empresas e direitos humanos, Mark Dummett.

Pelo menos 50% do cobalto de todo o mundo é produzido na RDC, onde em 2014 havia cerca de 40 mil crianças trabalhando nas minas do sul do país, segundo Unicef.

No relatório são recolhidos testemunhos de crianças congolesas que asseguram trabalhar até 12 horas diárias na mina para ganhar entre US$ 1 e 2 por dia.

"Passava 24 horas ali embaixo, nos túneis. Chegava de manhã e saía na manhã seguinte (...) Tinha que fazer minhas necessidades ali embaixo", relata Paul, uma criança órfã de 14 anos que começou a trabalhar na mineração aos 12.

A organização também comprovou que a grande maioria dos mineiros trabalham sem a proteção básica para prevenir doenças de pulmão ou de pele.

AI entrou em contato com as multinacionais que figuravam como clientes dos fabricantes de baterias que se abastecem de Huayou Cobalt e, embora algumas disseram estar investigando o assunto, "nenhuma proporcionou dados suficientes para verificar de maneira independente de onde procedia o cobalto de seus produtos".

Por isso, o texto denuncia que "grandes marcas de aparelhos eletrônicos como Apple, Samsung e Sony não fazem as comprovações básicas para assegurar que em seus produtos não seja utilizado cobalto extraído com mão de obra infantil".

Em palavras de Dummet, apesar de muitas destas multinacionais afirmam que têm uma política de tolerância zero com o trabalho infantil, "esta promessa não tem nenhum valor se as empresas não averiguam a suas provedores".

Os governos, acrescentou, "devem pôr fim a esta falta de transparência que permite que as empresas tirem proveito da miséria".

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Em um relatório, AI e a ONG Afrewatch documentam como é comprado o cobalto em zonas onde o trabalho infantil está muito estendido e vendido ao Congo Dongfang Mining (CDM), filial da chinesa Huayong Cobalt, que o distribui a fabricantes de baterias que abastecem empresas como Apple, Microsoft, Samsung, Sony e Volkswagen.

"É hora das grandes marcas assumirem parte da responsabilidade da extração das matérias-primas com as quais fazem seus lucrativos produtos", apontou o investigador da AI sobre empresas e direitos humanos, Mark Dummett.

Pelo menos 50% do cobalto de todo o mundo é produzido na RDC, onde em 2014 havia cerca de 40 mil crianças trabalhando nas minas do sul do país, segundo Unicef.

No relatório são recolhidos testemunhos de crianças congolesas que asseguram trabalhar até 12 horas diárias na mina para ganhar entre US$ 1 e 2 por dia.

"Passava 24 horas ali embaixo, nos túneis. Chegava de manhã e saía na manhã seguinte (...) Tinha que fazer minhas necessidades ali embaixo", relata Paul, uma criança órfã de 14 anos que começou a trabalhar na mineração aos 12.

A organização também comprovou que a grande maioria dos mineiros trabalham sem a proteção básica para prevenir doenças de pulmão ou de pele.

AI entrou em contato com as multinacionais que figuravam como clientes dos fabricantes de baterias que se abastecem de Huayou Cobalt e, embora algumas disseram estar investigando o assunto, "nenhuma proporcionou dados suficientes para verificar de maneira independente de onde procedia o cobalto de seus produtos".

Por isso, o texto denuncia que "grandes marcas de aparelhos eletrônicos como Apple, Samsung e Sony não fazem as comprovações básicas para assegurar que em seus produtos não seja utilizado cobalto extraído com mão de obra infantil".

Em palavras de Dummet, apesar de muitas destas multinacionais afirmam que têm uma política de tolerância zero com o trabalho infantil, "esta promessa não tem nenhum valor se as empresas não averiguam a suas provedores".

Os governos, acrescentou, "devem pôr fim a esta falta de transparência que permite que as empresas tirem proveito da miséria".

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