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O impulso que faltava

A Telefônica tenta manter seu domínio em São Paulo e parte para a expansão nacional

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

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    A Grande São Paulo foi responsável por cerca de metade dos 17,2 bilhões de reais de faturamento do Grupo Telefônica no Brasil em 2001. Nada mais natural: das 13 empresas do grupo, nove estão sediadas na região. Uma delas, a Telefônica São Paulo, é a maior empresa de serviços na capital nacional dos serviços. O peso relativo de São Paulo, no entanto, tende a cair agora que a Telefônica obteve da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) licença para oferecer telefonia fixa em todo o território nacional. "A partir de 2003, nossa atuação em outros estados deve crescer, o que resultará na redução relativa do peso da Grande São Paulo no consumo de nossos produtos e serviços", diz Fernando Xavier Ferreira, presidente do Grupo Telefônica. "Isso não significa em nenhuma hipótese uma redução da importância que a região tem em nossos negócios."

    Em julho, a Telefônica começou a oferecer ligações de longa distância nacionais (DDD) realizadas de sua área de concessão no estado de São Paulo. Até o fim do ano, deverá estender esses serviços para ligações com origem em outros estados. A expansão da Telefônica em âmbito nacional -- marcada pelo lançamento, em agosto, de uma campanha publicitária batizada de Super 15 -- tornou-se possível porque a operadora cumpriu as metas de universalização de telefonia definidas pela Anatel. Se a Telefônica parte agora para faturar com os impulsos fora de sua área inicial de atuação, deve estar preparada também para defender seu mercado, já que duas outras operadoras -- a Embratel e a Telemar --receberam autorização para realizar ligações locais em todo o país. Com isso, os usuários poderão optar entre as três empresas para completar ligações locais e interurbanas. "Consideramos saudável a competição no setor", diz Xavier.

    Na Grande São Paulo, a disputa deverá ser mais intensa no segmento corporativo e nas chamadas de longa distância residenciais. A Telefônica Empresas (subsidiária que atende os grandes clientes corporativos) afirma liderar hoje a transmissão de dados no estado e na região metropolitana, com 80% de participação entre pequenas e médias empresas e 68% entre grandes empresas. Nas ligações interurbanas, a Telefônica tem 70% do mercado intra-estadual (entre as cidades paulistas). "Nosso objetivo é conquistar a mesma liderança em DDD e DDI com geração em São Paulo, o maior mercado do país", diz Xavier. "E, na seqüência, brigar pela liderança nas principais cidades do Brasil, tanto no mercado residencial de longa distância quanto no mercado corporativo."

    Desde a privatização da Telebrás, há quatro anos, a Telefônica investiu 13 bilhões de reais para expandir a rede de telefonia fixa no estado. Digitalizou totalmente uma rede que, em 1998, era 30% analógica. Na capital paulista, um dos principais investimentos foi a construção, no bairro de Santana, na zona norte, do Centro de Operação e Supervisão (Ceos), o maior complexo de gerenciamento de rede da América Latina. Capaz de gerenciar em tempo real 35 milhões de linhas telefônicas, o Ceos exigiu investimento de 115 milhões de reais.

    A Telefônica tem hoje 12,5 milhões de linhas em serviço no estado, mais que o dobro do número existente antes da privatização. Desse total, 8,5 milhões, ou 68%, encontram-se na Grande São Paulo. Isso representa uma densidade de 50 linhas por 100 habitantes -- no estado, a média é de 33 linhas por 100 habitantes. A Telefônica vem atendendo aos pedidos de instalação de novas linhas em até uma semana, metade do prazo máximo definido pela Anatel.

    Uma das metas da Telefônica é ampliar sua carteira de clientes e a venda de serviços de valor agregado. Na telefonia fixa residencial, a conta média hoje na região metropolitana é de 70 reais por cliente. Desde 1998, a Telefônica lançou uma série de serviços, como o Speedy (acesso à internet em banda larga, hoje com 300 000 clientes) e a Linha Inteligente (composta de serviços como transferência de chamadas, caixa postal e conversa a três, com 4,5 milhões de clientes, que, juntos, utilizam 13 milhões de facilidades telefônicas). Cerca de 50% desses serviços são consumidos na Grande São Paulo.

    Com uma rede de 13,9 milhões de telefones instalados no estado, a Telefônica, segundo Xavier, está preparada para o crescimento do número de clientes. "Isso depende de fatores como o desempenho da economia brasileira e a redução das alíquotas de impostos no setor de telecomunicações, que hoje superam os 40%, a maior do mundo", diz Xavier.

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