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Venda de ativos portugueses permitirá consolidação, diz Oi

A Oi defendeu a venda dos ativos portugueses da Portugal Telecom SGPS, alegando que a alienação desses ativos permitirá reforçar sua capacidade financeira


	Oi: a empresa aponta também que a venda dos ativos portugueses é necessária diante de mudanças nas perspectivas financeiras da Oi
 (Nacho Doce/Reuters)

Oi: a empresa aponta também que a venda dos ativos portugueses é necessária diante de mudanças nas perspectivas financeiras da Oi (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 20h19.

Rio de Janeiro - A Oi defendeu a venda dos ativos portugueses da Portugal Telecom SGPS, alegando que a alienação desses ativos permitirá reforçar sua capacidade financeira e participar de uma eventual fusão ou compra da TIM Participações, segundo documento divulgado nesta terça-feira.

A empresa divulgou nesta terça-feira a proposta de seu conselho de administração enviada aos acionistas da Portugal Telecom SGPS contendo informações para a assembleia geral sobre a venda dos ativos portugueses da empresa ao grupo europeu Altice, marcada para janeiro.

Segundo a Oi, a alienação dos ativos portugueses "tornou-se um elemento necessário para garantir a capacidade de acesso aos mercados de capitais em condições otimizadas e possibilitar a consolidação no mercado brasileiro".

A operadora lembrou que com a venda pretende reforçar sua capacidade financeira, a fim de "manter seu objetivo de liderar o movimento de consolidação", o que segundo a empresa traria uma "racionalização" do mercado, por meio da criação de companhias mais fortes.

"A consolidação traria uma racionalização do mercado através da criação de players mais fortes, com menor duplicidade de investimentos e maior capacidade de oferta de serviços integrados", disse a Oi.

O documento cita estimativas do BTG Pactual, banco contratado em agosto pela operadora para estruturar uma oferta de compra da TIM Participações, segundo as quais as sinergias de um processo de consolidação poderiam gerar valor adicional de cerca de 30 bilhões de reais. "Nesse sentido, há interesse dos outros dois participantes do mercado brasileiro em promover ou participar do processo de consolidação", disse a empresa, que no documento citou nominalmente apenas a operadora Claro, do grupo mexicano América Móvil.

A Oi afirmou que desde o início da combinação de negócios com a Portugal Telecom houve "alterações importantes no mercado" que mudaram as perspectivas para o setor, como a compra da operadora de banda larga GVT pela Telefónica este ano.

"Com isso, a TIM passou a ser a única operadora não integrada do mercado brasileiro, sem a possibilidade futura de ter um portfolio completo e convergente", disse a empresa. "Por outro lado, com um alto nível de alavancagem, a Telecom Itália -- acionista controladora da TIM -- tem explorado formas de reduzir seu endividamento através da alienação de ativos", completou a Oi.

No documento, a empresa cita a possibilidade de alienação da TIM ou fusão da operadora com a Oi. A operadora diz que, "alguns analistas apontam" que em uma eventual alienação da TIM, a Telecom Itália teria geração de caixa para enfrentar seu endividamento e, caso ocorra uma fusão com a Oi, teria uma "perspectiva melhor de longo prazo, ao se tornar uma operadora integrada".

Além da consolidação no Brasil, a empresa aponta que a venda dos ativos portugueses é necessária diante de mudanças nas perspectivas financeiras da Oi nos últimos trimestres, que alcançaram "uma situação menos favorável nos últimos meses". "Alguns eventos afetaram de forma significativa o plano de fluxo de caixa da Oi, como exemplo, o evento Rioforte e a perspectiva de que a alienação de alguns ativos críticos não deva ser concluída em curto prazo, impedindo que a companhia conseguisse reduzir seu nível de endividamento", disse a empresa.

O calote de uma dívida da Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo, que é o principal sócio da Portugal Telecom, prejudicou a união luso-brasileira em julho.

Um dos trechos do documento, destinado a dar mais informações aos acionistas da assembleia, menciona fatores de risco da operação de venda dos ativos portugueses. Nesse trecho, a Portugal Telecom e o seu conselho de administração afirmam que não podem prever se o objetivo da Oi de participar na consolidação do setor de telecomunicações no Brasil "trará os benefícios esperados pela Oi".

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