Negócio fechado por Rupert Murdoch será avaliado pelo Cade no Brasil

Rupert Murdoch pagou barato para realizar um sonho antigo: 6,6 bilhões de dólares. O magnata mundial da mídia, que controla redes de televisão espalhadas em todo planeta, vai comprar a DirecTV - a maior operadora de TV por assinatura via satélite dos Estados Unidos, com 11,3 milhões de assinantes.

O dono da News Corp. estava de olho na empresa há anos - sua primeira oferta oficial pela DirecTV foi em 2001. No início deste ano, a EchoStar - segunda maior empresa de TV dos EUA - havia oferecido 18 bilhões de dólares pela DirecTV a sua controladora, a General Motors. O negócio foi barrado pelo órgão antitruste do governo. Murdoch aproveitou a brecha - e a má situação financeira da Hughes, que controla a DirecTV - e levou.

Pelos termos do acordo, a News Corp. comprará uma participação de 19,9% na Hughes e 14,1% de acionistas minoritários. A News Corp. controla a Sky, na América Latina, a BSkyB, no Reino Unido, a Stream, na Itália e a Foxtel, na Austrália. Murdoch pagará 6,6 bilhões de dólares pelo negócio.

No Brasil, o empresário será o controlador das duas principais empresas do setor, a Sky e a DirecTV - e terá 95% de um mercado que movimenta 65 milhões de reais. Por isso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade) precisa aprovar o negócio para que ele se concretize. "A transação proposta não pressupõe a consolidação da DirecTV Latin America com a Sky Latin America e não depende de tal união", afirma o comunicado da DirecTV.

Murdoch deverá mudar o comando da DirecTV americana rapidamente. Com 11 milhões de usuários, segundo o Economist.com, a empresa não é tão rentável quanto as operações do executivo em outros países.

No Reino Unido, a receita anual por usuário da BSkyBs é de 539 dólares. A DirecTV obteve apenas 237 dólares.