Natura vence prêmio ambiental da ONU
Empresa disse que vai manter investimentos na crise
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2015 às 11h07.
São Paulo - A Natura foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das vencedoras deste ano de um prêmio internacional que reconhece pessoas e instituições por sua atuação no desenvolvimento sustentável.
O Campeões da Terra, principal premiação ambiental da ONU que no Brasil já teve como escolhidos Izabella Teixeira, Fábio Barbosa e Marina Silva, tem pela primeira vez uma empresa brasileira eleita.
O presidente da Natura, Roberto Lima, afirma que a companhia tem mantido metas ambientais e segue comprometida com investimentos na área, apesar do momento de instabilidade na economia brasileira.
"A empresa tem o desafio de enfrentar um curto prazo que nesse momento no Brasil sabemos quão difícil é, mas é pouco provável uma redução desse esforço de sustentabilidade porque temos metas e prazos objetivos para cumprir", afirmou.
A Natura foi escolhida pelas Nações Unidas por sua capacidade de integração entre desenvolvimento econômico, social e ambiental, afirma Regina Cavini, representante no Brasil do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
"Todos os premiados têm a sustentabilidade como parte das decisões de negócios, ela está no coração do negócio e da empresa", afirma. Este ano, além da Natura, o PNUMA já anunciou como premiados em outras categorias a norte-americana The National Geographic Society e o grupo sul-africano Black Mambas, formado por 26 mulheres que lutam por causas ambientais.
Pela frente, a Natura tem como metas reduzir emissões de Gases do Efeito Estufa em 33% entre 2012 e 2020. Há ainda objetivos para aumento da utilização de materiais recicláveis e maior utilização de fontes de energia renovável, entre outros.
"Esses objetivos fazem parte de todo o sistema de gestão e implicam na remuneração variável de todos os administradores", comenta Lima.
Alguns dos objetivos da companhia representam desafios em termos de custos num momento em que aumentos de preços na economia como um todo pressiona diversas empresas.
É o caso da meta de implementação de logística reversa, a prática de recolher embalagens para reciclagem. A Natura planeja destinar para reciclagem 50% da quantidade de resíduos gerados pelas embalagens de produtos da companhia no Brasil até 2020.
Questionado sobre se metas como essa pressionam os custos, Lima afirma que "perceber que isso custa dinheiro força a companhia a ser criativa e inovadora".
No caso do programa de logística reversa, que começou a ser implementado este ano em fase piloto, o executivo menciona que a companhia passou a buscar parcerias com outros nomes da indústria, o que aumenta a escala do programa e dilui custos.
"Administrar melhor essa matriz num momento em que o dinheiro fica mais curto e os juro mais elevados exige inventividade", diz Lima.
Ele lembra que entre os focos de investimento da companhia estão inovações em produto, infraestrutura e desenvolvimento de tecnologia, além de investimentos na área comercial. "Discutimos internamente como ter um equilíbrio entre essas coisas junto com esse compromisso de sustentabilidade", acrescenta.
Produtos e concorrência
O uso de produtos da biodiversidade brasileira, algo que já se tornou uma identidade para a marca da Natura, é reforçado por Lima como parte da estratégia da companhia.
Ao mesmo tempo, a empresa viu ao longo dos anos outras companhias do setor se apropriarem do mesmo mote e hoje lida com um acirramento da concorrência no mercado de cosméticos, higiene e perfumaria no Brasil.
"Existe um sentimento de 'poxa, mas isso é nosso, é um atributo da nossa marca', mas fomos nós mesmos que provocamos isso", diz Lima.
"Fazemos esperando que seja repetido por outras companhias, queremos que mais e mais empresas tenham as mesmas práticas", acrescenta.
Entre os lançamentos recentes da Natura, está a linha Ekos de Ucuuba, com ingredientes retirados do fruto de uma árvore amazônica.
"O destino natural dessa árvore era ser cortada para virar cabo de vassoura, era vendida por R$ 15 reais depois de ser derrubada e hoje
São Paulo - A Natura foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das vencedoras deste ano de um prêmio internacional que reconhece pessoas e instituições por sua atuação no desenvolvimento sustentável.
O Campeões da Terra, principal premiação ambiental da ONU que no Brasil já teve como escolhidos Izabella Teixeira, Fábio Barbosa e Marina Silva, tem pela primeira vez uma empresa brasileira eleita.
O presidente da Natura, Roberto Lima, afirma que a companhia tem mantido metas ambientais e segue comprometida com investimentos na área, apesar do momento de instabilidade na economia brasileira.
"A empresa tem o desafio de enfrentar um curto prazo que nesse momento no Brasil sabemos quão difícil é, mas é pouco provável uma redução desse esforço de sustentabilidade porque temos metas e prazos objetivos para cumprir", afirmou.
A Natura foi escolhida pelas Nações Unidas por sua capacidade de integração entre desenvolvimento econômico, social e ambiental, afirma Regina Cavini, representante no Brasil do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
"Todos os premiados têm a sustentabilidade como parte das decisões de negócios, ela está no coração do negócio e da empresa", afirma. Este ano, além da Natura, o PNUMA já anunciou como premiados em outras categorias a norte-americana The National Geographic Society e o grupo sul-africano Black Mambas, formado por 26 mulheres que lutam por causas ambientais.
Pela frente, a Natura tem como metas reduzir emissões de Gases do Efeito Estufa em 33% entre 2012 e 2020. Há ainda objetivos para aumento da utilização de materiais recicláveis e maior utilização de fontes de energia renovável, entre outros.
"Esses objetivos fazem parte de todo o sistema de gestão e implicam na remuneração variável de todos os administradores", comenta Lima.
Alguns dos objetivos da companhia representam desafios em termos de custos num momento em que aumentos de preços na economia como um todo pressiona diversas empresas.
É o caso da meta de implementação de logística reversa, a prática de recolher embalagens para reciclagem. A Natura planeja destinar para reciclagem 50% da quantidade de resíduos gerados pelas embalagens de produtos da companhia no Brasil até 2020.
Questionado sobre se metas como essa pressionam os custos, Lima afirma que "perceber que isso custa dinheiro força a companhia a ser criativa e inovadora".
No caso do programa de logística reversa, que começou a ser implementado este ano em fase piloto, o executivo menciona que a companhia passou a buscar parcerias com outros nomes da indústria, o que aumenta a escala do programa e dilui custos.
"Administrar melhor essa matriz num momento em que o dinheiro fica mais curto e os juro mais elevados exige inventividade", diz Lima.
Ele lembra que entre os focos de investimento da companhia estão inovações em produto, infraestrutura e desenvolvimento de tecnologia, além de investimentos na área comercial. "Discutimos internamente como ter um equilíbrio entre essas coisas junto com esse compromisso de sustentabilidade", acrescenta.
Produtos e concorrência
O uso de produtos da biodiversidade brasileira, algo que já se tornou uma identidade para a marca da Natura, é reforçado por Lima como parte da estratégia da companhia.
Ao mesmo tempo, a empresa viu ao longo dos anos outras companhias do setor se apropriarem do mesmo mote e hoje lida com um acirramento da concorrência no mercado de cosméticos, higiene e perfumaria no Brasil.
"Existe um sentimento de 'poxa, mas isso é nosso, é um atributo da nossa marca', mas fomos nós mesmos que provocamos isso", diz Lima.
"Fazemos esperando que seja repetido por outras companhias, queremos que mais e mais empresas tenham as mesmas práticas", acrescenta.
Entre os lançamentos recentes da Natura, está a linha Ekos de Ucuuba, com ingredientes retirados do fruto de uma árvore amazônica.
"O destino natural dessa árvore era ser cortada para virar cabo de vassoura, era vendida por R$ 15 reais depois de ser derrubada e hoje