Pão de Açúcar confirma Cássio Casseb para a presidência

O Grupo Pão de Açúcar confirmou oficialmente que Cássio Casseb será seu próximo diretor presidente. A indicação já havia sido divulgada pela imprensa, sem que a companhia se manifestasse. Mas, nesta sexta-feira (16/12), a empresa enviou um comunicado à Bolsa de Valores de São Paulo informando o fato. A nomeação aguarda apenas a aprovação formal do Conselho de Administração do grupo. Casseb ocupará o posto de Augusto Cruz, que deixou a presidência em agosto, depois de 11 anos na companhia.

"Cássio Casseb irá reforçar a atuação da atual diretoria executiva do Grupo Pão de Açúcar e conta com total apoio dos 70 000 colaboradores da empresa", afirma o comunicado. Casseb será o primeiro executivo de fora da empresa a assumir seu comando. Segundo a nota à Bovespa, o presidente do conselho de administração, Abílio Diniz, empenhou-se pessoalmente na contratação. "Acreditamos que a experiência de Cássio Casseb, acumulada em diversos setores da economia, assim como os seus valores e sua capacidade de liderança, são características que fortalecem ainda mais o grande time da CBD [Companhia Brasileira de Distribuição, que controla o grupo]", afirma Diniz.

Entre os desafios que aguardam o novo presidente, estão melhorar a eficiência e a rentabilidade do grupo, reduzir despesas e elevar as vendas das lojas já abertas, ou seja, o crescimento do grupo não poderá se basear apenas na expansão do número de estabelecimentos.

O grupo possui 558 lojas, totalizando 1,2 milhão de metros quadrados de área de vendas. Neste ano, seu faturamento deve superar 16 bilhões de reais. Nos próximos quatro anos, os investimentos serão de 2,5 bilhões de reais, aplicados na abertura de 160 lojas.

Casseb conta com um longo currículo executivo, sobretudo na área financeira, mas tem sido lembrado, nos últimos tempos, pelas suspeitas que envolveram sua gestão à frente do Banco do Brasil. Casseb demitiu-se da presidência da instituição em novembro do ano passado, após acusações de assinar contratos sem licitação, patrocinar um evento cultural cuja renda seria destinada ao Partido dos Trabalhadores, fundado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus companheiros. O ex-presidente do Banco do Brasil também foi citado na CPI do Banestado por supostamente manter recursos ilegais no exterior.