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Exportações de veículos baterão novo recorde neste ano

Vendas externas crescerão mais de 30% neste ano, mas câmbio apreciado prejudicará desempenho de 2006, diz Anfavea

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

Apesar das críticas à valorização do real, que retira parte da competitividade das montadoras no mercado externo, a indústria automotiva brasileira baterá um novo recorde de exportações neste ano. O setor encerrará o ano com embarques de 11,2 bilhões de dólares, uma expansão de 33,6% sobre os 8,4 bilhões de 2004 o recorde anterior, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A projeção baseia-se nos números consolidados até novembro e em estimativas para dezembro, elaboradas a partir do desempenho das vendas nos primeiros dias deste mês. Nos onze primeiros meses do ano, o setor exportou 10,3 bilhões de dólares, um incremento de 35,8% sobre igual período do ano passado. Somente em novembro, as exportações chegaram a 977 milhões de dólares. "Foi o melhor de todos os novembros", diz o diretor técnico da Anfavea, Aurélio Santana.

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Para dezembro, projeta-se uma desaceleração de 7,9% nos embarques sobre o mês anterior, o que reduzirá o montante para 900 milhões de dólares. Em relação a dezembro de 2004, porém, a cifra ainda será quase 14% superior.

A projeção para o fechamento do ano, considerada bastante realista pela Anfavea por já conter uma estimativa de dezembro, supera as expectativas anteriores. Em outubro, por exemplo, as montadoras esperavam atingir 10,8 bilhões de dólares em vendas externas, um incremento de 29% sobre 2004.

O aquecimento dos principais mercados consumidores brasileiros, como Argentina, Chile e Venezuela, foi o principal estímulo para o bom desempenho deste ano. "Novos contratos de fornecimento foram assinados e iniciados em 2005, algo que não estamos enxergando para 2006", diz o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb.

Outros resultados

A produção de veículos automotores, incluindo veículos leves, caminhões e ônibus, deve somar 2,440 milhões de unidades neste ano, uma expansão de 10,46% sobre os 2,211 milhões de 2004. Já as vendas de veículos novos, nacionais e importados, chegará a 1,7 milhão de unidades, com alta de 7,7% sobre os 1,579 milhão do ano passado. No acumulado até novembro, a produção somou 2,248 milhões de unidades, 11,2% maior que a do mesmo período de 2004. Já as vendas alcançaram 1,531 milhão, um incremento de 9,3%.

O desempenho das máquinas agrícolas contrastou com o dos demais tipos de veículos automotores, devido à crise enfrentada pelos produtores rurais. Até novembro, foram vendidas 21 996 máquinas no mercado interno, uma queda de 39% sobre o mesmo período de 2004. Reflexo da retração, a produção recuou 22%, de 65 544 unidades para 51 127. O único alento do setor foram as exportações, que cresceram 4,6% e representaram 29 418 máquinas.

Projeções para 2006

As montadoras demonstram um "otimismo cauteloso" em relação ao próximo ano, de acordo com Golfarb. O mercado interno continuará crescendo, baseado nas promoções e na expansão do crédito para os clientes. Mas a perspectiva de que o real siga valorizado comprometerá bastante o desempenho externo.

Baseada num cenário macroeconômico que contempla uma expansão de 3,5% do PIB, taxa média Selic de 16,04% para o ano, IPCA de 4,51% e câmbio médio de 2,40 reais por dólar, a Anfavea projeta um crescimento de 7,1% nas vendas internas, que alcançariam 1,82 milhão de unidades. As máquinas agrícolas também voltariam a crescer 16,4%, para 27 000 unidades comercializadas. A produção de veículos leves, caminhões e ônibus subiria 4,5%, para 2,55 milhões de unidades, e as máquinas agrícolas bateriam em 58 000 unidades, uma alta de 5,5%.

A única preocupação do setor é o mercado externo. As exportações devem somar 11,5 bilhões de dólares. "Será um crescimento absolutamente residual, devido mais à mudança do mix de produtos", diz Golfarb. Segundo o executivo, essa mudança passa pela menor fatia de veículos leves na pauta, em troca do aumento de caminhões e ônibus. "Não haverá, necessariamente, queda no número de unidades exportadas", afirma. A alta de 2,7% no faturamento com exportações será a menor desde 2002, quando as vendas externas caíram em relação a 2001.

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