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Minerva prevê recuperação de rebanho brasileiro nos próximos anos

Oferta de cabeças para abate foi prejudicada pelo clima e, principalmente, pelo estágio atual do ciclo do gado

Minerva: a utilização de capacidade da empresa encerrou o ano de 2010 em 76,5%. A expectativa é manter esse número - com uma leve subida - em 2011 (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2011 às 20h07.

São Paulo - O frigorífico Minerva acredita que este ano marcará o início de um novo ciclo para a pecuária brasileira, com a recuperação do rebanho e o aumento da oferta de cabeças para abate. Em 2010, o ciclo do gado passou por sua fase mais desafiadora, segundo a empresa. O setor enfrentou a menor oferta de animais e a consequente elevação do preço da arroba e do bezerro.

A diminuição da oferta de gado para corte decorreu de três fatores. O primeiro foi o clima, afetado pelo fenômeno La Niña, que provocou uma seca prolongada. O segundo foi o menor número de animais criados em regime de confinamento. Mas, para o Minerva, o principal motivo foi o atual estágio do “ciclo do gado” no país.

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Menos oferta

O fator principal do ciclo do gado é o destino das fêmeas. Se elas são abatidas, a produção de bezerros cai e, em dois ou três anos, a quantidade de animais para abate é menor. Caso contrário, há um crescimento do rebanho. O destino da fêmea é definido pelo lucro que o pecuarista vai obter com ela em determinado período. Se o preço do bezerro está alto, é mais lucrativo para o produtor reter a fêmea para procriação. Se o bezerro estiver com preço baixo, é mais lucrativo abater a fêmea.

"Este é o ano de virada da curva do ciclo do gado", disse Fernando Galletti de Queiroz, diretor presidente e de relações com investidores, em teleconferência de resultados realizada hoje (5/3) com analistas. Ainda não há disponibilidade de fêmeas para abate, mas a empresa espera aumento significativo a partir de 2012. “O Brasil está no ciclo mais adiantado em relação aos outros países do mundo”, disse.

As perspectivas para exportações seguem positivas, segundo Galleti. “O Brasil está num ciclo de inflexão, de maior oferta de gado, enquanto os outros países estão reduzindo, então há um cenário bastante otimista para exportações", disse Galleti.

A empresa também vê um bom cenário para o reajuste de preços. "O mercado interno está bombando e o mercado externo está com o Brasil praticamente como uma ilha de fornecimento. Isso dá mais força para a indústria reajustar os preços", disse.

Expectativas

No mercado interno, a demanda deverá se manter aquecida e com rentabilidades em níveis bastante competitivos em relação às exportações, segundo a empresa. Nas exportações a empresa destacou países e regiões de demanda emergente, como Rússia, Chile e Oriente Médio. A empresa acredita que a atual crise no Oriente Médio não vai prejudicar o consumo de carne na região.

Os problemas climáticos e entraves políticos dos países concorrentes na exportação de carne bovina fazem com que o Brasil, Paraguai e o Uruguai tenham uma posição vantajosa para atender ao crescimento da demanda mundial por proteína animal, segundo a empresa.

"Apesar da escassez de animais para abate visto em 2010, a nossa utilização de capacidade encerrou o ano acima do setor, em 76,5%", disse Galleti. A expectativa é manter a capacidade utilizada constante, com uma leve subida em 2011.

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