Negócios

Merrill Lynch nega empréstimo à Vale e deixa assessoria da compra da Xstrata

Banco americano teria concluído que a operação não é economicamente viável

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O consórcio de bancos montado pela Vale do Rio Doce para levantar o capital necessário à compra da mineradora anglo-suíça Xstrata sofreu sua primeira baixa. O banco de investimentos Merrill Lynch foi destituído da função de assessor da operação pela brasileira, após se recusar a fornecer parte dos recursos - uma transação avaliada em 90 bilhões de dólares, entre dinheiro e ações. Os americanos teriam chegado à conclusão de que a oferta não é economicamente viável e pode ser prejudicial tanto aos acionistas da Vale, quanto aos seus próprios, caso decidisse apoiar o negócio. Por isso, teriam se recusado a emprestar parte do dinheiro.

De acordo com o jornal britânico Financial Times, foi o próprio Merrill Lynch quem procurou a Vale, no ano passado, e propôs uma parceria para estudar a compra da Xstrata. A mineradora brasileira, então, teria solicitado que o banco fosse além da função de assessor e assumisse outros compromissos - como participar do consórcio de instituições que financiariam a operação. Na ocasião, a Vale teria alertado que o banco poderia ser destituído de sua função, caso se recusasse a participar do pool de bancos.

O Merrill Lynch teria, então, avisado os brasileiros de que esse tipo de consórcio financeiro poderia prejudicar os acionistas da Vale. Além disso, os riscos envolvidos na operação não seriam justificáveis para o banco, que enfrenta uma etapa difícil de recuperação das perdas causadas pela crise das hipotecas americanas.

A saída do Merrill Lynch levantou especulações sobre a disposição dos outros bancos de participarem do negócio. O Citigroup, Credit Suisse e Lehman Brothers são os outros assessores da Vale na oferta à Xstrata. Destes, o Citi foi um dos mais prejudicados pelas turbulências causadas pelo subprime americano. De acordo com o FT, os analistas afirmam que este é um momento bastante desfavorável aos bancos, que teriam dificuldades em revender a carteira de crédito gerada pela operação a terceiros. Isto porque os investidores que geralmente aceitam esses papéis ainda não avaliaram a extensão total da crise do subprime.

Além disso, o jornal britânico afirma que há muitos bancos envolvidos em outra operação de peso - a eventual compra da Rio Tinto pela BHP. De acordo com o FT, diante de um cenário mundial desfavorável, os bancos e o mercado de securitização podem estar sem caixa para arcar com mais do que uma grande fusão mundial.

Em 25 de janeiro, a Vale anunciou que já assegurou 50 bilhões de dólares para uma possível oferta de compra da Xstrata. O dinheiro foi oferecido por um consórcio de bancos que inclui o Credit Suisse, Citigroup, BNP Paribas, Lehman Brothers, HSBC e Santander.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

12 franquias a partir de R$ 3 mil para quem quer tirar um extra

Primeiro civil a andar no espaço abandonou o Ensino Médio para começar império de R$ 40 bilhões

Com seca intensa e queimadas, venda de umidificadores dispara no Brasil

Ela começou o negócio com R$ 250. Hoje faz milhões cuidando de beleza – até da família de Neymar