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Mercado brasileiro de diet e light deve crescer 20% em 2004

Consumidor de elevado poder aquisitivo sustenta as vendas do segmento, mesmo quando a economia vai mal

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

É possível imaginar um mercado que cresceu 870% nos últimos dez anos, período em que o Brasil avançou à taxa média de 2,2% ao ano? Para os fabricantes de produtos diet e light, sim. O setor apresenta expansão anual de dois dígitos há uma década, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos(Abiad). Em 2004, esse mercado deve crescer 20% sobre os 3 bilhões de dólares do ano passado. São números que despertam a atenção de gigantes da indústria alimentícia, como a Unilever, que há sete anos não lançava novas marcas e está trazendo para o Brasil sua linha Slim-Fast, a mais vendida nos Estados Unidos. (Leia reportagem de EXAME sobre o lançamento da Slim-Fast no Brasil).

Para 2005, a projeção da Abiad é ainda mais ambiciosa: 7 bilhões de dólares, o que significa praticamente dobrar o faturamento estimadopara 2004. Segundo o presidente da associação, Carlos Eduardo Gouveia, isso é possível já que"há um círculo virtuoso que gera esse crescimento exponencial", diz. Os elementos são a preocupação dos consumidores com a saúde, a percepção das indústrias de que o nicho diet e light pode revigorar velhas marcas, e a possibilidade do varejo de agregar valor às suas vendas.

O desempenho deste segmentoé ainda mais expressivo quando se considera que os supermercados encerraram 2003 com uma queda real de 4,7% no faturamento. Descontada a inflação de 14,71% medida pelo IPCA, as vendas somaram 76,01 bilhões de reais, conforme a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). "Poucos nichos cresceram no ano passado, e os diet e light estão entre eles", afirma o presidente da Abras, João Carlos de Oliveira.

Perfil do consumidor

O que sustenta essa expansão é o poder aquisitivo dos clientes. Um estudo recém-concluído da administradora de shopping centers Store Gestão & Marketing, feitocom 1 200 pessoas na capital paulista a pedido da Abiad, mostra que 58% de quem compra esses produtos é das classes A e B. Em seguida vem aclasse C, com 39% de participação. Os consumidores da classe D são a minoria: 3%. A cada vez que passam pelos caixas do supermercado, 58,15% dos entrevistados desembolsam até 20 reais com itens dietéticos ou de baixas calorias (veja tabela abaixo).

Tão importante quanto o valor gasto é a freqüência das compras. Esses artigos já se tornaram um hábito para muitos. Dos entrevistados, 48,29% afirmam que sempre compram algum dietético ou light; outros 47,32% informaram que compram às vezes; e apenas 4,39% disseram que raramente os procuram.

O que motiva os consumidores a adquirirem esses produtos são, em primeiro lugar, manter a forma (52,2% das respostas), cuidados com a saúde (47%), melhorar a qualidade de vida (36,8%) e preferência pelo paladar dos produtos (8,7%). A somatória superior a 100% foi possível porque os entrevistados puderam listar mais de um motivo na resposta.

Potencial

O mercado brasileiro ainda é pequeno, se comparado a países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, de cada 100 itens à venda, 35 pertencem à categoria diet ou light, conforme a Abiad. No mercado europeu, o faturamento do setor, em 2003, foi de 400 bilhões de dólares. A boa notícia é que a participação do segmento nas vendas totais dos supermercados está crescendo.

A consultoria ACNielsen elaborou estudo com 95 categorias de produtos alimentícios. Os diet e light estavam presentes em 30 delas. Dentro de cada categoria, a participação dos artigos dietéticos e de baixas calorias subiu de 11%, em 2000, para 11,9% em 2002. No mesmo período, o faturamento total dessas 30 categorias de alimentos cresceu de 2,2 bilhões de reais para 3 bilhões. O que chamou a atenção da consultoria foi o ritmo de expansão das vendas. Em conjunto, as 95 categorias pesquisadas aumentaram seu volume de vendas em 5,5%, entre 2001 e 2002. A média de crescimento das 30 categorias com itens diet e light foi de 8,1%. E os produtos diet e light, em separado, cresceram 10,9%.

"A pesquisa mostra que, quem já está no segmento de diet e light, tem um grande potencial de negócios. E quem não está deve entrar rapidamente", afirma o diretor de marketing da ACNielsen, Mário Lynch.

Nocaixa
Até 20 reais58,15%
21 a 40 reais29,87%
41 a 60 reais8,03%
Mais de 60 reais3,95%
Fonte: Store Gestão & Marketing
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