Marítima vende metade do controle para japoneses
Yasuda vai pagar cerca de 400 milhões de reais pela fatia na seguradora
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
A seguradora Marítima, uma das mais tradicionais do país, vai anunciar nas próximas horas a venda de metade de seu capital para a Yasuda, subsidiária de uma das maiores seguradoras do Japão. A operação custará aos japoneses cerca de 400 milhões de reais. A Marítima é assessorada pelo banco de investimentos americano JP Morgan. A Yasuda contratou o Bradesco Banco de Investimentos. O contrato deve ser assinado nesta terça-feira.
De acordo com os termos do acordo, a Marítima terá o controle dividido entre os atuais donos - a família Vidigal - e os japoneses. O conselho de administração terá três membros de cada companhia. A presidência da seguradora, no entanto, segue nas mãos de Francisco Vidigal.
As negociações entre as duas empresas começaram no fim do ano passado, quando a Marítima buscava uma injeção de capital. Os japoneses fizeram uma oferta por metade da companhia e a divisão do controle. Os controladores da Marítima decidiram, então, sondar outros interessados para obter um preço maior. Como não conseguiram, voltaram a negociar com a Yasuda. Um pouco mais da metade do dinheiro desembolsado pela Yasuda será aplicado na companhia. O resto vai para a família Vidigal.
Fundada em 1943, a Marítima tem cerca de um bilhão de reais em ativos. No ano passado, a empresa chegou a se preparar para uma possível abertura de capital, mas o projeto foi abandonado quando a crise mundial se agravou, a partir de setembro. A Yasuda é controlada pela Sompo, um gigante com mais de 60 bilhões de dólares em ativos, e tinha uma atuação modesta no Brasil.
Procurada, a Marítima informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "não está em negociação de venda no presente momento".