Marfrig admite negociação com Bertin
Ambas companhias estão endividadas e visam se fortalecer frente à crise
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
O frigorífico Marfrig admitiu, nesta quarta-feira (6/5), ter mantido conversas sobre oportunidades de negócios com o grupo Bertin, que atua nos segmentos de agroindústria e infraestrutura. A empresa afirmou em nota que não existe nenhum acordo formal entre ambas e muito menos a participação de outras empresas do setor de alimentos nas reuniões.
O setor de carne bovina foi um dos mais afetados pela crise financeira internacional, e , segundo reportagem de ontem do jornal Valor Econômico, a possível fusão fortaleceria as duas empresas para enfrentar as incertezas do mercado. De acordo com os analistas do setor, é provável a entrada de capital do BNDES para viabilizar a operação.
Tanto Marfrig como Bertin estão endividadas após um período de aquisições e fecharam o último ano com perdas. O Bertin fechou 2008 com um prejuízo de 681 milhões de reais e dívidas de 5,5 bilhões de reais. Enquanto Marfrig registrou perda de 35,5 milhões de reais e dívida bruta de 4,3 bilhões de reais em 2008.
A união entre as companhias coloca em xeque as afirmações do frigorífico Marfrig em março deste ano. Naquele mês, a empresa descartou novas aquisições para 2009 e enfatizou sua estratégia de reduzir drasticamente os investimentos a fim de equilibrar as contas. "Agora queremos integrar as operações compradas nos últimos anos, ter sinergias", afirmou, na época, o diretor de Relações com Investidores, Ricardo Florence.
O frigorífico divulgou ainda que as conversas acontecem sob sigilo para evitar rumores que prejudiquem o andamento das supostas negociações. E que qualquer fato concreto será informado ao mercado.
Às 13h15, as ações ordinárias da Marfrig (MRFG3, com direito a voto) subiam 1,48%, para 11 reais. No mesmo instante, o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, operava em alta de 2,19%, a 51.779 pontos.