Maior bilionária da China ficou US$ 2 bi mais rica em uma semana
Bilionária foi treinada para assumir a companhia do pai desde cedo e, ainda adolescente, participava das reuniões do conselho de administração
Karin Salomão
Publicado em 9 de janeiro de 2018 às 10h00.
Última atualização em 9 de janeiro de 2018 às 10h00.
São Paulo - O ano mal começou, mas já trouxe bons resultados para Yang Huiyan, a mulher mais rica da China .
A empresária, que também é a bilionária mais jovem do país, com 36 anos, viu sua fortuna crescer 2,1 bilhões de dólares desde o início do ano para 25,6 bilhões de dólares, alta de 8,7%, de acordo com o índice de bilionários da Bloomberg.
O motivo foi o a valorização de mais de 16% das ações da Country Garden Holdings, empresa da qual ela é acionista majoritária, com 57% de participação.
Yang, vice-presidente do conselho de administração da empresa, nasceu em 1981 e se formou em marketing na universidade estadual de Ohio, nos Estados Unidos, em 2003.
Ela foi treinada para assumir a companhia do pai desde cedo e, ainda adolescente, participava das reuniões do conselho de administração. Em 2005, com apenas 25 anos, se tornou diretora executiva da companhia e sua maior acionista, quando seu pai lhe transferiu a maior parte das ações da empresa.
De plantação de arroz ao mercado imobiliário
A County Gardens é uma das gigantes do mercado imobiliário chinês. A companhia atua no desenvolvimento de propriedades, construção, investimentos, hotelaria e até decoração. Além dos imóveis, ela também desenvolve condomínios e zonas residenciais inteiras.
De acordo com o site da companhia, ela desenvolve e gerencia propriedades de larga escala, com preços mais baixos que as 10 maiores incorporadoras na China. Atualmente, ela tem 384 projetos em construção pelo mundo, 70 mil funcionários e já criou moradias para mais de 3 milhões de pessoas.
A empresa foi fundada em 1992 por, Yang Guogiang, também chamado pelo seu nome cantonês Kwok Keung Yeung. De acordo com a Forbes, Yang era um camponês e plantador de arroz na China rural. Trabalhou também com construção na província de Guangdong.
Sua família era muito pobre e o pai de Yang gastava o pouco dinheiro no jogo, quando o então camponês começou a comprar, desenvolver e revender pequenas áreas de terra. Investiu em hotéis e chegou a ter parques temáticos e um banco, voltado a crédito imobiliário. O crescimento da empresa - e da fortuna da família - foi impulsionado pela onda de urbanização no país, que criou dezenas de novos bilionários.
Em 2005, Yang Guogiang transferiu 70% das ações da companhia para a segunda de suas três filhas, Yang Huiyan, "por conta de sua intenção de treinar a filha como a sucessora dos interesses da família".
Dois anos depois, em 2007, a companhia realizou sua oferta pública inicial de ações, IPO na sigla em inglês, na bolsa de Hong Kong. Na ocasião, levantou 1,6 bilhões de dólares e transformou em bilionários 5 de seus acionistas. Yang Huiyan é uma delas: depois do IPO, sua fortuna era de 16,2 bilhões de dólares.
No ano seguinte, no entanto, o mercado imobiliário chinês viu seu valor despencar, com excesso de imóveis no mercado. A China também foi afetada pela crise econômica global, de 2008. A bilionária viu sua fortuna perder mais de dois terços de seu valor, por conta da depreciação das ações da Country Garden, que perderam quatro quintos de seu valor.
Quase uma década depois, a crise ficou para trás. Nos números preliminares de 2017, a empresa reportou cerca de 550,8 bilhões de yuan em vendas contratadas, cerca de 85 bilhões de dólares, valor superior a 2016 e acima da previsão inicial de 500 bilhões de yuan. Em 2016, as vendas foram de 37,5 bilhões de dólares.
Além dos resultados positivos, a expectativa no reaquecimento do mercado imobiliário chinês também elevou o valor das ações da empresa e, consequentemente, de Yang Huiyan, maior bilionária da China.