Lucro líquido da Embraer cresce 7,1% em 2002

São Paulo, 26 de março (Portal EXAME) A Embraer encerrou o ano de 2002 com uma receita líquida de R$ 7.748,1 milhões e um lucro líquido de R$ 1.179,2 milhões, 7,1% superior ao do exercício de 2001, equivalente a um lucro por ação de R$ 1,65388. Os pedidos em carteira em 31 de dezembro de 2002 totalizavam US$ 22,2 bilhões, sendo US$ 9,0 bilhões em ordens firmes e US$ 13,2 bilhões em opções, não incluído os efeitos da renegociação do contrato com a Swiss (leia ao lado). Como receita bruta consolidada de R$ 7.836,9 milhões, 12,1% superior ao do exercício anterior.

E a geração de um EBITDA de R$ 2.358,8 milhões, 12,5% superior ao do ano de 2001. O lucro líquido consolidado foi de R$ 1.179,2 milhões, 7,1% superior ao do exercício de 2001. Em 2002 a Embraer exportou o montante de US$ 2.396 bilhões, 89,5% da sua receita bruta, o que representou 3,8% das exportações brasileiras, mantendo-se como uma das maiores empresas exportadoras do país.

Em 2002, foram entregues 131 aeronaves, sendo 82 ERJ 145, 36 ERJ 140 e 3 ERJ 135 no segmento de aviação Comercial, 7 aeronaves Legacy Executive e 1 Legacy Shuttle no segmento de aviação Corporativa, além de 1 EMB 135 e 1 EMB 145 para o mercado de defesa e apoio em operações governamentais.

A empresa afirmou, em comunicado divulgado nesta quinta-feira (27/3), que a empresa passa desde janeiro por uma profunda reestruturação organizacional aprovada pelo Conselho de Administração. Segundo a empresa, a reestruturação visa tornar a presença da Embraer junto ao mercado e aos clientes mais direta, mais intensa, mais eficiente e com melhor relação custo-benefício.

"A atividade de serviços ao cliente foi incorporada às principais áreas de negócios a Aviação Civil, responsável pelos mercados de aviação Comercial e Corporativa, e a Aviação de Defesa. Além disto, as áreas de negócios também incorporaram as funções de engenharia de suporte do produto com o objetivo primordial de assegurar uma cadeia de comando e ação integral, buscando velocidade no atendimento das demandas dos clientes e conseqüente melhora no seu nível de satisfação", afirma a empresa.

Quarto trimestre

A receita líquida no 4o trimestre de 2002 (4T02) atinge R$ 2.887,5 milhões é 46,1% superior a receita líquida apresentada no 3o. trimestre de 2002 (3T02). O EBITDA no mesmo período foi de R$ 951,4 milhões, 40,8% acima dos R$

675,9 milhões do terceiro trimestre. A margem EBITDA no quatro trimestre foi de 32,9% frente a 34,2% ao período anterior. O lucro líquido do quarto trimestre foi de R$ 648,6 milhões e equivalente a um lucro por ação de R$ 0,90971. No trimestre, foram entregues um total de 41 jatos, sendo 36 para o mercado de aviação comercial e 5 Legacy, todos para o mercado de aviação corporativa.

Revisão da Swiss

Nesta terça-feira (25/3), a Embraer anunciou redução de seu acordo com a Swiss International Air Lines. Pelo contrato, "em virtude da situação econômica desfavorável e da atual condição enfrentada pela empresa aérea em particular", a Swiss reduziu seus pedidos firmes para 30 aeronaves EMBRAER 170 e EMBRAER 195, sendo 15 de cada modelo, do total original de 60.

Parte dos adiantamentos já pagos serão reembolsados à Swiss. "Este reembolso não implicará em nenhum desembolso de caixa para a Embraer, uma vez que estes valores vinham sendo mantidos em uma conta caução, e portanto nunca chegaram a ser refletidos no balanço da empresa", afirma o comunicado da empresa.

Como resultado desta renegociação, a carteira de pedidos firmes da Embraer em 31 de dezembro de 2002 fica ajustada para US$ 8,3 bilhões, valor que somado ao novo total das opções passa a ser de US$ 19,5 bilhões.

Em virtude deste novo acordo com a Swiss, a Embraer está revendo sua previsão dos totais de entregas para 2003 e 2004, que passam a ser respectivamente de 132 e 136 aeronaves. A Embraer continuará a avaliar os riscos e perspectivas inerentes ao mercado de aviação, e a buscar novas oportunidades de negócios identificadas nos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina.