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Lucro da CSN deve despencar no trimestre, dizem corretoras

Perdas com a alta do dólar e com derivativos causarão forte redução no lucro líquido

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deve anunciar nesta sexta-feira, após o fechamento do pregão, que seu lucro despencou no terceiro trimestre. Para a corretora Ágora, o lucro líquido deve cair 83,2% em relação ao segundo trimestre, para apenas 173 milhões de reais. Já a Brascan Corretora aposta em uma queda de 60%, para 413 milhões de reais.

O mau resultado será influenciado pelos efeitos da valorização do dólar e por operações com derivativos. Há cinco anos a siderúrgica possui contratos de derivativos ligados à cotação de suas ADRs (papéis da empresa negociados nos Estados Unidos). Como a cotação das ADRs da CSN despencou nos últimos meses, acompanhando a desvalorização das commodities no mercado internacional, a empresa terá um prejuízo contábil com esses contratos.

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A CSN ainda não informou em detalhes sua exposição aos derivativos mas, em 29 de setembro, afirmou que o resultado financeiro seria positivo se levado em consideração um período de cinco anos - ou todo o tempo em que apostou nesse tipo de operação. As corretoras também prevêem que a CSN divulgue perdas contábeis devido à alta do dólar, já que a maior parte da dívida da siderúrgica está atrelada à moeda americana. É importante lembrar que ambas as perdas não terão efeito sobre o caixa da empresa.

O desempenho operacional da CSN, por outro lado, deve agradar o mercado. A Brascan estima que os preços dos produtos da empresa tiveram um reajuste médio de 16% no mercado doméstico no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores. Já o valor dos produtos exportados teria crescido 10%. Com isso, a Brascan acredita que a receita líquida da CSN cresça 5%, para 3,73 bilhões de reais. Já o Ebitda (lucro antes de impostos e amortizações) deve ter saltado 17,6% e alcançado 2,015 bilhões de reais, segundo a Ágora.

Esses resultados operacionais, entretanto, não devem se repetir no curto prazo. A desaceleração da demanda global deve levar as empresas do setor a reduzir a produção. Segundo previsão do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, as vendas devem cair 30% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. As empresas que utilizam aço como matéria-prima têm reduzido estoques para fazer caixa - reduzindo as receitas das siderúrgicas. Por outro lado, a CSN terá no quarto trimestre o efeito extraordinário da venda de 40% da Namisa para um consórcio asiático. A participação na mina foi adquirida por 3,1 bilhões de dólares.

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