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Lucro da B2W cai 64%, impactado por crise internacional

Resultados trimestrais da companhia sinalizam desaceleração no crescimento, segundo analistas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

As últimas semanas podem ter sido de recuperação nos mercados, mas os resultados corporativos continuam mostrando os impactos negativos que a crise internacional trouxe. Entrando para a lista das companhias afetadas, a B2W apresentou uma queda anual de 63,6% em seu lucro líquido no primeiro trimestre, o que, segundo analistas, é sinal de desaceleração do crescimento.

Para a Link Investimentos, a baixa nos ganhos, que somaram 8 milhões de reais, é justificada, principalmente, por uma piora no resultado financeiro, graças às novas regras contábeis e à renovação das linhas de crédito da empresa no fim de 2008, período de spreads bancários elevados.

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A receita líquida totalizou 746 milhões de reais no período, o que a Brascan viu como confirmação de sua expectativa de desaquecimento no crescimento das vendas da companhia, graças ao cenário ruim e à política mais restritiva de recebimento adotada.

"Acreditamos que a menor demanda dos consumidores tenha elevado o nível de estoques da B2W, levando a companhia a realizar atividades promocionais, impactando, portanto, sua rentabilidade", avaliou.

Expectativas

A Link destacou entre os números penalizados pontos positivos, como a contínua melhora no ciclo operacional e a manutenção de uma posição de caixa suficiente para cobrir a dívida de curto prazo da empresa.

"Conforme esperado, a crise provocou uma forte redução no ritmo de crescimento, mas a empresa conseguiu manter as despesas controladas e apresentou estabilidade nas margens", avaliou a Link.

A expectativa dos analistas, porém, é de que 2009 seja um ano de crescimento mais modesto para a B2W, entre 8 e 18%. Além disso, avanços maiores nas margens podem ser freados pela entrada de novos concorrentes no mercado.

A Brascan, por sua vez, admite o cenário incerto no curto prazo, mas vê grande potencial de crescimento para a empresa, já que o comércio eletrônico no país ainda apresenta números fracos. A expectativa é de que a companhia melhore suas vendas e reduza custos de financiamento, conforme o mercado de crédito se recupere.

Ainda assim, a recomendação foi de underperfom (desempenho abaixo da média do mercado) e preço-alvo de 40 reais por ação. Nesta sessão, os papéis ( BTOW3 ) fecharam a 33,30 reais, com forte baixa de 3,59%.

Maior acionista prejudicada

A Lojas Americanas, a maior acionista da B2W, também sentiu os impactos da crise em seus resultados. A companhia apresentou uma retração anual de 78,6% em seu lucro líquido nos três primeiros meses, atingindo o valor de 2,5 milhões de reais.

Apesar disso, a Brascan considerou positivos os números apresentados, em função do crescimento anual de 11% nas vendas de mesmas lojas (SSS), além do melhor desempenho operacional da companhia.

"Embora o lucro líquido reportado tenha sido de apenas 2,5 milhões de reais, acreditamos que a Selic continuará em trajetória de queda, o que poderá reduzir os encargos financeiros da Lojas Americanas", ressaltou.

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