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Lockheed apóia-se na Embraer para salvar contrato milionário

Diante de ameaça do governo americano de cancelar contrato militar, Lockheed oferece novo modelo da Embraer para se enquadrar nas exigências

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

A Embraer tornou-se peça fundamental para a preservação de um contrato milionário, assinado entre as Forças Armadas americanas e a Lockheed Martin. Há um ano, a empresa americana venceu uma licitação para desenvolver um avião de espionagem, cuja base seria uma aeronave da família Embraer 145, com capacidade para até 50 lugares. Agora, os Estados Unidos alegam que o avião é pequeno demais para os equipamentos e a tripulação necessários. Para não perder o negócio, a Lockheed está propondo uma alteração no projeto, cuja plataforma passaria a ser uma aeronave maior. A empresa não detalhou que modelo seria escolhido, mas as famílias Embraer 170, 190 e 195 teriam condições de atender ao requisito, já que possuem até o dobro de capacidade da nave original.

Segundo o americano The Wall Street Journal, apenas o contrato para o desenvolvimento do avião de espionagem chegaria a 879 milhões de dólares. Já executivos consultados pelo jornal estimam que o valor total do negócio, incluindo a produção das aeronaves, atingiria entre 5 e 7 bilhões de dólares. O Exército americano pretende adquirir 38 aviões espiões e a Marinha, outros 19.

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Ao reforçar seus vínculos com a Embraer, a Lockheed abriu mão de buscar alternativas em companhias concorrentes, como a General Dynamics e a Boeing, de acordo com The Wall Street Journal. As Forças Armadas ainda não se pronunciaram sobre a eventual alteração do projeto, mas a proposta está causando polêmica no país. Seus críticos argumentam que, por se tratar de uma licitação pública, os itens do contrato como o modelo que servirá de base para o avião espião não podem ser modificados sem a abertura de uma nova concorrência.

A Lockheed afirma que a proposta é viável, pois seu contrato refere-se à gestão geral do projeto, o que permitiria que certos itens fossem alterados sem dano ao projeto como um todo. De qualquer modo, os críticos declaram que a nova aeronave envolveria configurações e custos diferentes das do projeto inicial.

Segundo o jornal americano, as Forças Armadas estariam pouco dispostas a reabrir a concorrência, apesar de não descartarem a possibilidade. Um porta-voz militar afirmou que a Lockheed está se movendo "agressivamente" para contornar os problemas detectados. Além disso, as Forças Armadas estariam interessadas em resolver rapidamente a questão assinalando a baixa probabilidade da reabertura da licitação.

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