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Kinea, do Itaú, pode lançar fundo de infraestrutura em 2017

Enquanto avalia estrear em infraestrutura, a Kinea faz planos para lançar um novo fundo de private equity, também sem valor revelado

Itaú: segundo o executivo, a infraestrutura pode ser um dos setores mais ativos no mercado de capitais brasileiro em 2017 se o cenário macroeconômico melhorar (Dado Galdieri/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 16h54.

São Paulo - A Kinea, braço de investimentos alternativos do Itaú Unibanco , pode entrar no setor de infraestrutura em 2017, lançando um fundo para comprar debêntures incentivadas, disse o presidente-executivo da instituição, Marcio Verri.

"A tendência de menor participação do BNDES e de capital próprio das empresas nos projetos abre oportunidades para investidores privados como nós fazermos parte dessa cadeia", disse Verri em entrevista à Reuters, sem estimar valores.

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O lançamento de um fundo para infraestrutura significaria a entrada num quarto segmento da gestora, que hoje tem seus mais de 10 bilhões de reais sob gestão divididos nos setores imobiliário (5,5 bilhões), fundos multimercado (3,3 bilhões) e de private equity (1,3 bilhão).

Segundo o executivo, a infraestrutura pode ser um dos setores mais ativos no mercado de capitais brasileiro em 2017 se o cenário macroeconômico melhorar, especialmente com a aprovação da reforma da previdência, o que abriria espaço para uma queda mais acentuada da taxa básica e elevaria o apetite do mercado por ativos que ofereçam retornos superiores no longo prazo.

Enquanto avalia estrear em infraestrutura, a Kinea faz planos para lançar um novo fundo de private equity, também sem valor revelado.

Assim como nos dois fundos anteriores, o foco será investimento minoritário em empresas com boas perspectivas de geração de caixa, em segmentos como serviços. A previsão é de que a captação comece no ano que vem e termine em 2018.

O executivo disse que a Kinea tem "curiosidade" por empresas de inovação, tais como startups de serviços financeiros, as chamadas fintechs, mas não encontrou nenhuma que tenha mostrado boa capacidade de geração de resultados.

"Nosso foco é em Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)", disse Verri.

A carteira de private equity da Kinea inclui participação em empresas como a locadora de veículos Unidas, a varejista de vestuário Lojas Avenida, o grupo de ensino superior Uninter, a empresa de logística AGV, a rede de laboratórios Delfim e uma fatia remanescente no grupo de publicidade ABC.

Em outubro, a Kinea vendeu em conjunto com a Vinci Partners e a GIF uma fatia de 20 por cento da Unidas, que atualmente aguarda aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

Imobiliário

Segundo Verri, o mercado de imóveis comerciais no Brasil ainda tem espaço para quedas adicionais, dado que a economia do país está em recessão.

Para o executivo, como as empresas que investiram no setor o fizeram em grande parte usando recursos próprios, têm resistido a baixar preços, contando com uma recuperação.

"O problema é que os níveis de entrega (de imóveis) ainda estão altos e o nível de vacância pode aumentar mais", disse.

No entanto, os fundos da Kinea têm tido desempenho superior à média do mercado, com menores níveis de vacância, devido ao foco em imóveis construídos sob medida e a negociações com inquilinos, em alguns casos envolvendo descontos de aluguel, para prevenir o aumento dos níveis de vacância.

Segundo Verri, o nível médio de desocupação dos imóveis investidos pela Kinea é de 10 por cento, metade da média do mercado.

A Kinea concluiu em setembro a captação de dois fundos imobiliários no valor conjunto de 1,1 bilhão de reais. E, segundo o executivo, o objetivo é lançar novos fundos no ano que vem.

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