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JBS prevê sinergia de R$ 900 milhões com aquisições

Compra da Pilgrim's pode levar empresas a economizar R$ 400 mi; já Bertin gera sinergia de R$ 500 mi

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O JBS-Friboi anunciou nesta quarta-feira que espera sinergias de cerca de 900 milhões de reais com as aqusições do Bertin, o terceiro maior frigorífico de carne bovina do Brasil, e da Pilgrim's Pride, vice-líder em abate de aves nos Estados Unidos. Desse total, a maior parte da economia de despesas deve vir do Bertin (500 milhões de reais).

Em recuperação judicial, a Pilgrim´s tem uma dívida de 2,8 bilhões de dólares e suas ações atingiram, em fevereiro, o menor patamar da história da empresa quando os papéis eram negociados a 0,15 dólares. Ainda assim, a JBS acredita numa recuperação gradual da empresa. "Estimamos 220 milhões de dólares [cerca de 400 milhões de reais] em sinergia. Além disso, o mercado americano de frango já dá sinais de melhoria. Será o novo pilar da companhia", diz Joesley Batista, presidente da JBS.

"Não haverá reestruturação profunda da empresa ou investimentos grandiosos. O turn around [virada dos resultados] depende da redução de custos e do enxugamento da estrutura." No Brasil, a JBS pretende ficar de fora da competição pelo mercado de frango. "Pelo menos por enquanto", afirma ele.

A aquisição da Pilgrim´s abre um novo ramo de atuação para o JBS: o mercado de frango. O frigorífico americano, com sede em Pittsburgh, no Texas, a Pilgrim's emprega 41.000 funcionários e tem 33 plantas de processamento nos Estados Unidos, três no México e uma em Porto Rico. Tem capacidade instalada para processar 4,1 milhões de toneladas de frango por ano (no ano passado produziu 3,8 mi) e faturou 8,5 bilhões de dólares no ano passado.

Com a Bertin -- que registrou receita líquida de 7,2 bilhões de reais no último ano --, o JBS ampliará seu portfólio de atuação para os produtos lácteos, com as tradicionais marcas Vigor, Danúbio e Leco. Nesse caso, a sinergia estimada é de 500 milhões de reais, com foco na ampliação dos canais de distribuição. Além disso, será criada a maior empresa de couros do país. "A principal diferença entre Bertin e JBS é que nós sempre investimos na ampliação das vendas e o Bertin, nas margens."

Como toda aquisição, o negócio ainda deverá ser avaliado pelo Cade, o que não é um problema para o JBS. "Acreditamos que não teremos problemas com os órgãos reguladores porque as duas empresas têm perfil exportador e o mercado é pulverizado", diz Joesley.

Por conta dos negócios, o IPO da subsidiária americana da JBS deve acontecer apenas em janeiro. A oferta de ações estava prevista para acontecer antes, mas a empresa precisará de mais tempo para reapresentar o prospecto ao órgão regulador do mercado de capitais americano (a SEC). E as aquisições não devem parar por aí. "Agora somos mais confiantes na estratégia de expansão", diz ele. A companhia americana planeja investir os recursos provenientes da abertura de capital em aquisições seletivas, na expansão de sua rede de distribuição direta e no reforço de seu caixa.

Às 13h23, os papéis ordinários da JBS (JBSS3, com direito a voto) disparavam 8,93% -- a maior alta da sessão – negociados a 8,66 reais. No mesmo instante o Ibovespa registrava alta de 1,38%, aos 60.078 pontos.
 

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