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Japão tomará medidas para Ghosn ser julgado no país, diz ministra

A autoridade garantiu que os direitos humanos básicos "têm sido devidamente empregados no procedimento"

Carlos Ghosn, ex-presidente da aliança Renault-Nissan (Boris Horvat/AFP Photo)
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EFE

Publicado em 5 de janeiro de 2020 às 11h07.

Tóquio - A ministra da Justiça do Japão, Masako Mori, afirmou neste domingo que o governo tomará todas as medidas que forem necessárias para que o executivo brasileiro Carlos Ghosn , ex-presidente da aliança entre as montadoras Renault, Nissan e Mitsubishi, seja julgado no país.

"O sistema judicial japonês garante que os direitos humanos básicos dos indivíduos têm sido devidamente empregados no procedimento, portanto não há espaço para justificar a fuga do acusado enquanto ele estava sob fiança," declarou Mori.

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Ghosn, 65 anos, estava livre em Tóquio desde 25 de abril e aguardava julgamento sob acusação de irregularidades financeiras. No último domingo, ele foi visto na capital japonesa pela última vez deixando a sua casa sozinho, como demonstrado nas câmeras de vigilância instaladas no local. Sua nova reaparição aconteceu dois dias depois, em Beirute, aonde chegou passando pela Turquia.

A ministra disse que, a pedido do Japão, a Interpol já emitiu um alerta vermelho para o empresário brasileiro, que também possui nacionalidades libanesa e francesa, o que representa um pedido às autoridades globais para localizar e prender provisoriamente um fugitivo enquanto aguarda extradição, rendição ou ação legal semelhante.

Mori prometeu também que seu país trabalhará com as nações envolvidas para garantir que os processos criminais no Japão sejam conduzidos adequadamente. "A acusação também está conduzindo uma investigação com organizações relevantes e eu, pela minha parte, farei o meu melhor para esclarecer as circunstâncias da fuga", acrescentou.

Em declaração à parte, o Ministério Público de Tóquio confirmou que está conduzindo sua própria investigação. No documento, o procurador-adjunto Takahiro Saito classificou a fuga como lamentável porque Ghosn ignorou os procedimentos legais do Japão, o que por si só já equivale a um crime.

Libaneses e japoneses não têm acordo de extradição. Com isso, serão aplicadas as leis do país do Oriente Médio, o que torna improvável que o executivo seja entregue, de acordo com o Ministro de Justiça interino libanês, Albert Serhan.

Além da investigação japonesa, a Turquia abriu seu próprio julgamento sobre a suspeita de que Ghosn violou a lei turca na fuga e confirmou a prisão preventiva de cinco pessoas supostamente envolvidas na trama.

Na próxima quarta-feira, 08, em Beirute, Ghosn, que nasceu no Brasil de uma família de origem libanesa, deve dar sua primeira coletiva de imprensa desde que foi preso pela primeira vez, em novembro de 2018.

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