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Indústria farmacêutica planeja investir R$ 2,25 bilhões em 2006

Campanhas de marketing devem ficar com 43% do total, e programas de desenvolvimento e pesquisa receberão 13%, segundo pesquisa da Febrafarma

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

A indústria farmacêutica quer entrar em uma briga de 2,25 bilhões de reais em 2006. Esse é o valor estimado para o investimento do setor em 2006, de acordo com pesquisa realizada pela Febrafarma (Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica) com 53 empresas, que detêm participação de quase 80% no segmento. Engana-se quem pensa que tanto dinheiro tem a missão de expandir a base de consumidores da indústria - diante de um mercado estagnado, que em 2005 mostrou leve queda de 2,32% nas vendas, a meta é roubar os clientes dos concorrentes.

Tanto que 43% dos investimentos previstos para 2006 vão para campanhas de marketing, em um total de 978,967 milhões de reais. "Nesse setor não se pode ficar sentado. O mercado não aumentou, as empresas precisam se movimentar para ganhar espaço", diz o presidente-executivo da Febrafarma, Ciro Mortella. Outros 716,390 milhões de reais (31,82% do total) irão para a modernização e ampliação de fábricas, algo também essencial para as cerca de 60 grandes companhias do setor, segundo Mortella: "A questão da competitividade é muito forte no Brasil, os investimentos se concentram na modernização das instalações. Isso faz parte da competição de empresas a nível global, com manutenção produtiva e manutenção de mercado".

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Outros 181,540 milhões de reais vão para o desenvolvimento de novos produtos, enquanto 302,449 milhões devem ter como destino as áreas de pesquisa e desenvolvimento (P&D). O restante, 71,962 milhões, vai para outras áreas, como recursos humanos e novos negócios. Segundo Mortella, as empresas estão cada vez mais alocando investimentos em pesquisa. No entanto, as brasileiras ainda estão longe de destinar somas tão vultosas quanto as empresas de grandes mercados, como os Estados Unidos. Nas contas da Febrafarma, companhias norte-americanas destinam, em média, 4% do faturamento em desenvolvimento científico, porcentagem que chega a até 20% nas maiores do setor. A indústria brasileira já se mostra contente por apostar em um investimento de pouco mais de 1% do faturamento de 2005, de 22,23 bilhões de reais, em 2006. "O Brasil está começando a aparecer como um pólo de pesquisa interessante", diz Mortella.

Investimentos em 2005

A Febrafarma também sondou as empresas do setor no fim de 2004 para apurar as perspectivas de investimentos em 2005. Como a base de consulta foi menor do que a nova versão, com 44 companhias, a associação não arrisca uma comparação quantitativa entre os números do ano passado e os de 2006. No entanto, Mortella garante: "A perspectiva de investimento nesse ano é maior".

Segundo a Febrafarma, o setor investiu efetivamente no ano passado 90% do total previsto, de 845,191 milhões de reais. Do montante, a previsão no fim de 2004 era de que 66,4% seria direcionado para a modernização de fábricas, 6,08% para novos produtos, 10,38% para pesquisa e desenvolvimento, 11,38% para campanhas de marketing, e 6,12% para outros. "Ano passado houve investimento muito forte em fábricas e menos em marketing. O deslocamento grande de um ano para o outro é normal", diz Mortella.

Estagnação do mercado

O olhar da indústria para os concorrentes e não para os consumidores é reflexo da falta de perspectivas de crescimento do mercado. Segundo Mortella, um terço da população brasileira não tem recursos - e nem deve ter no curto prazo - para entrar em uma farmácia e comprar qualquer tipo de remédio. É uma parcela que está fora do alcance da indústria farmacêutica e que constitui uma barreira à expansão do número de consumidores.

Além disso, a estabilidade da economia, que cresceu apenas 2,3% em 2005, também limita o aquecimento das vendas do setor. "Não há nenhum elemento que possa indicar um incremento neste ano", afirma Mortella.

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