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InBev faz oferta de US$ 46 bilhões pela Anheuser-Busch

Fusão pode resultar na maior cervejaria do mundo e consolidar a empresa belgo-brasileira no cenário internacional

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A cervejaria americana Anheuser Busch, dona da marca Budweiser, recebeu nesta quarta-feira (11/06) uma oferta hostil de compra de 46,3 bilhões de dólares da InBev, empresa formada após a fusão da brasileira AmBev com a belga Interbrew.

Pela proposta, a InBev se dispõe a pagar em dinheiro 65 dólares por ação, um prêmio de 11% em relação aos 58,35 dólares alcançados no fechamento da Bolsa de Nova York, nesta quarta-feira. A demanda pelo papel já estava fortemente impulsionada pela proposta, a ponto de os papéis subirem 7%, nas poucas horas entre o anúncio e o encerramento das negociações.

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Como forma de mostrar o ágio que está oferecendo, a InBev preferiu divulgar uma outra base de cálculo. Segundo a empresa, o valor oferecido por ação supera em 35% a média dos "30 dias anteriores às recentes especulações de compra".

O conselho de diretores da Anheuser-Busch não informou se apoiará a compra, mas afirmou em nota que o conselho "avaliará a proposta cuidadosamente e no contexto de todos os fatores relevantes, inclusive do plano estratégico de longo prazo da empresa" e, ainda, que tomará sua decisão com base "nos melhores interesses dos acionistas".

A cautela da companhia americana reflete a resistência que alguns dos principais acionistas já vinham demonstrando desde que os rumores sobre a compra começaram a ganhar força, no fim de maio. O presidente-executivo da empresa, August Busch IV, teme que os brasileiros vindos da Ambev assumam o comando da nova cervejaria, como ocorreu na fusão com a Interbrew. Ele já tinha admitido à imprensa americana que não gosta da visão de curto prazo que caracteriza a nova gestão da InBev e teria cogitado um leilão para oferecer a Anheuser-Busch à concorrente SABMiller, a maior cervejaria do mundo.

Ganhos de sinergia

Já para a InBev, a fusão pode significar um passo essencial rumo à consolidação no mercado global. A empresa resultante seria a líder mundial em produção de cervejas e uma das cinco maiores companhias de bens de consumo, com receita líquida anual de 36,4 bilhões de dólares.

A empresa compradora garante que, caso o negócio se concretize, preservará a marca Budweiser e manterá a sede da operação americana da companhia resultante na cidade de St. Louis, onde já está instalada a Anheuser-Busch. Também as fábricas seriam mantidas e os principais membros do conselho diretor da cervejaria americana permaneceriam na empresa.

Em termos de logística, porém, seria possível encontrar ganhos de sinergia e de combinação das marcas, já que a presença das companhias nos principais mercados mundiais é complementar. Enquanto a InBev conta com forte presença na Europa e na América Latina, com marcas como Stella Artois, Beck';s, Brahma e Antarctica, a Anheuser Busch é líder de vendas nos Estados Unidos, com 48,5% de participação. A empresa ainda possui 50% da maior cervejaria do México, o Grupo Modelo, e 27% da chinesa Tsingtao, dona da marca premium mais vendida no país asiático.

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