Imbra paralisa unidades e não paga funcionários
Comprada pela GP Investimentos em setembro de 2008, a Imbra foi um dos poucos fracassos do fundo de 'private equity' fundado por Jorge Paulo Lemann
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
A empresa paulista de tratamentos odontológicos Imbra está com todas as suas unidades no Estado de São Paulo paralisadas e os salários de seus funcionários atrasados. Segundo apurou VEJA.com, as 15 unidades fora do Estado continuam funcionando normalmente.
Comprada pela GP Investimentos em setembro de 2008, a Imbra foi um dos poucos fracassos do fundo de 'private equity' fundado por Jorge Paulo Lemann e presidido hoje por Fersen Lambranho e Antonio Bonchristiano. Mesmo comandando a gestão da empresa, o fundo não conseguiu livrá-la do histórico de maus resultados e tampouco conseguiu recuperar o investimento feito (cerca de 180 milhões de reais).
A Imbra foi vendida para o grupo Arbeit, de Oscar Muller, em junho deste ano, pelo simbólico valor de 1,80 real. Muller é conhecido por comprar empresas em apuros e pagar pechinchas por elas. São suas a Sucos Milani e a Cargos Bis.
A estratégia do empresário para fazer a Imbra dar lucro era transformar seu modelo de unidades próprias (atualmente 26) em franquias. A companhia tem mais de 3 mil colaboradores e realiza, segundo sua página na internet, mais de 4 mil implantes por mês.
Há cerca de um mês, os responsáveis pelas 11 unidades do Estado de São Paulo foram avisados de que a empresa demitiria todos os funcionários do Estado e os contrataria de volta sob o regime de prestação de serviços (e não mais carteira assinada).
Neste sábado, completou-se um mês após o anúncio e nenhum funcionário foi pago. "Trabalhamos normalmente, cumprimos aviso prévio e, mesmo assim, ninguém recebeu o salário regular, previsto para o dia 6 de setembro", afirma uma funcionária da empresa.
Segundo apurou VEJA.com, desde sábado as unidades do Estado estão fechadas. "Hoje, a única unidade que abriu foi a do Morumbi, mas só até meio-dia", afirmou a funcionária. Procurado por VEJA.com, Oscar Muller não quis se pronunciar.
Por meio de sua assessoria de imprensa, comunicou apenas que "devido à recente reestruturação da empresa, alguns complexos tramites financeiros sofreram atrasos, como o pagamento de alguns de seus colaboradores, e a situação estará normalizada a partir de 16 de setembro".
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