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Greve dos Correios gera prejuízo de R$ 25 mi, mas beneficia transportadoras

A greve dos funcionários dos Correios chega nesta sexta-feira (12/10) ao seu segundo dia. Por causa desta paralisação, apenas em São Paulo 2,7 milhões de cartas e 413 mil Sedex deixaram de ser entregues. Os Correios já estimam um prejuízo de R$ 25 milhões. Enquanto isso, empresas de comércio eletrônico põem em prática seus planos […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A greve dos funcionários dos Correios chega nesta sexta-feira (12/10) ao seu segundo dia. Por causa desta paralisação, apenas em São Paulo 2,7 milhões de cartas e 413 mil Sedex deixaram de ser entregues. Os Correios já estimam um prejuízo de R$ 25 milhões. Enquanto isso, empresas de comércio eletrônico põem em prática seus planos de contingência. E quem lucra com eles? Os operadores logísticos, que estão se aproveitando da trégua dos Correios para aumentar o volume de serviços para alguns clientes.

O Submarino, um dos maiores sites de comércio eletrônico do país, teve que desembolsar valores não revelados para redistribuir parte das as entregas feitas pelos Correios para dois dos seus sete fornecedores. Os que ganharam com a greve foram empresas como a DHL e a BEX, por exemplo. "Essas empresas cobram um valor adicional para cobrir uma praça onde não trabalhavam para gente antes da greve", diz Flávio Jansen, diretor-geral do Submarino. Num dia útil, segundo Jansen, o Submarino tem, em média, um volume de 6 000 pedidos. Os Correios são responsáveis por 80% desse volume. "Para não arriscar a relação com os clientes, repassamos mais da metade desse volume para essas duas empresas", afirma Jansen. E a greve acontece bem no meio da liquidação conjunta das lojas de comércio eletrônico.

A DHL lucrou também com o aperto da operação online da Livraria Saraiva. O braço de comércio eletrônico, de São Paulo, precisou contratar a empresa para fazer entregas em algumas regiões do Brasil. Mas não foram só os dois sites que tiveram que recorrer à DHL. Thais Marca, diretora comercial da DHL Express, divisão responsável por encomendas expressas, afirma que outros clientes também pediram reforço. Segundo ela, só nesta quinta-feira (11/9), o volume de entregas feitas pela empresa cresceu 50%. Isso não quer dizer que a empresa tenha sido surpreendida. "Assim que ficamos sabendo da greve, nos colocamos à disposição dos clientes para cobrir os furos dos Correios e, internamente, armamos um verdadeiro mutirão", diz Thais. Para dar conta do recado, a DHL contratou os serviços de outras empresas de logística.

Outra que já ganhou com a greve foi a Total Express, empresa paulista de logística. Ela dividia com os Correios o volume de entregas para a Brazil Connection, representante dos produtos Elysée Belt e AB Toner. Nos últimos dois dias, no entanto, a Total passou a fazer as entregas dos Correios em várias praças do país. "Os serviços eventuais não nos interessam", afirma Marcos Monteiro, diretor da Total Express. "Mas poder aproveitar a greve para aumentar a participação com um cliente é muito bom". Não que as oportunidades de serviços eventuais não apareçam. "Só hoje fiz 22 cotações para as mais diferentes empresas que estão em dificuldades por causa da greve", diz ele.

Já nos Correios, não há perspectiva clara de a greve acabar. A assessoria de imprensa da estatal em Brasília, informou que 20 000 funcionários, dos 98 000 que a empresa emprega, estão parados. Do número total de grevistas, a maioria é das áreas de distribuição e de tratamento, as que representam o coração da empresa. Só em São Paulo, dos 12 000 carteiros, motoristas e tratadores de carga, 4 200 estão parados. Para minimizar os problemas, cerca de 4 000 funcionários terceirizados já entraram na operação. A expectativa da direção da empresa, no entanto, é que o impasse seja resolvido logo.

Em assembléia em São Paulo, os funcionários decidiram nesta sexta-feira (12/9) manter a paralisação em todo país. A categoria não aceitou a proposta de 6% de aumento oferecida pela estatal, segundo informações da Agência Brasil. A exigência dos funcionários é de 69%. Uma nova assembléia será realizada na próxima segunda-feira (15/9).

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