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Gol volta a encostar na TAM no mercado doméstico

Apesar de positivo para a Gol, o segundo trimestre deve ser o pior do ano para o setor aéreo, dizem analistas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

As estatísticas de tráfego aéreo doméstico e internacional do mês de maio, divulgadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), apontaram forte queda de demanda na aviação brasileira. Os analistas do setor avaliam que este segundo trimestre deve ser o pior do ano.

Em meio a esse cenário ruim, a Gol foi a empresa que se saiu melhor. A empresa aumentou em 3,2 pontos percentuais sua participação no mercado doméstico de voos em relação a abril, chegando a 42% de participação. Dessa forma, a Gol encosta na TAM, líder do segmento doméstico, com 45% de marcado. Desde junho de 2008, a vantagem da TAM não caía a apenas três pontos.

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De acordo com a corretora Fator, o ganho de mercado da Gol foi conseqüência do redirecionamento da oferta de voos internacionais para voos domésticos. A empresa também passou a cobrar tarifas diferenciadas para atender clientes de diferentes perfis.

Mesmo com o mercado desaquecido, as companhias elevaram a oferta de assentos. Porém, a demanda continuou caindo, o que resultou num declínio de taxa de ocupação, segundo análise da corretora Socopa. O índice que mede o quilômetro percorrido por passageiro da TAM registrou queda de 13,9%, valor mais acentuado do que os 12,2% de baixa da Gol.

Em relação à taxa de ocupação, os números da Gol também foram superiores. A TAM obteve 57% de taxa em maio, ante os 64% em abril. Já a Gol manteve sua taxa de ocupação em 60%, mesmo nível comparado a abril.

Mercado internacional

Diferente do segmento doméstico, a TAM lidera com tranqüilidade no mercado internacional, com 86,8% de participação. Apesar da posição dominante, houve queda de 6,6% do volume de passageiros por quilômetros transportados no mês de maio.

Para a corretora Link Investimentos, o mercado internacional não vem sendo um problema para a TAM como podia se imaginar há algum tempo devido à gripe suína e o dólar mais caro. "A queda recente do dólar pode tornar-se uma surpresa positiva para o segmento, pois grande parte das companhias tem seu balanço exposto à moeda estrangeira", afirmou a Link, em relatório.

Por outro lado, a Gol vem apresentando prejuízos consecutivos no mercado internacional. A taxa de ocupação internacional da Gol sofreu uma diminuição acentuada por causa do fim das rotas intercontinentais da Varig. A taxa de ocupação ficou 8 pontos percentuais abaixo do mesmo período do ano passado, atingindo 47,1%. Mesmo com fraco desempenho internacional, a Gol se mantém como segunda colocada entre as companhias brasileiras, com 13,1% de participação no mercado.

Os analistas do setor alertam para a alta do petróleo, que deve pressionar o custo para oferta de assento. No entanto, a alta pode ser compensada parcialmente pela queda do dólar. "A TAM será menos beneficiada pala apreciação do real do que a Gol, pois grande parte de seus custos são atrelados ao dólar", afirmou a corretora Fator, em relatório.

Recomendação

Não há consenso entre as corretoras em relação às recomendações de investimento. Para a corretora do Itaú, que trabalha de forma independente do banco, as ações da Gol tem um potencial maior de valorização do que as da TAM. A corretora mantém sua recomendação de sector-perform (na média do mercado) para os papéis da Gol, com um preço-alvo de 24,20 reais. Enquanto as ações da TAM foram estabelecidas em underperform (abaixo da média do mercado), com preço-alvo de 24,70 reais.

Já a recomendação da corretora Link é neutra para as ações das duas companhias. Porém, a Link ressalta que a TAM está melhor posicionada para capturar um crescimento mais acelerado da demanda do que a sua rival Gol.

Para os próximos meses, os analistas estarão atentos à evolução dos preços do petróleo, que respondem por cerca de 40% dos custos das empresas aéreas. O mercado também aguarda para saber se Gol e TAM fizeram hedge (proteção) contra a alta do preço do petróleo no início do ano, quando o barril estava em 35 dólares - contra os 70 dólares atuais.

Às 12h35, os papéis preferenciais da GOL (GOLL4) subiam 1,01%, para 10,04 reais. Já os da TAM (TAMM4) caiam 1,24%, cotados a 18,38% e as ações ordinárias da TAM (TAMM3) se valorizavam 0,25%, cotadas a 19,44 reais.

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