Gol registra lucro líquido de R$ 49 milhões no 2º trimestre

A Gol Linhas Aéreas conseguiu a proeza de mais do que dobrar o lucro no segundo trimestre. No segundo trimestre deste ano, a empresa registrou 49,1 milhões de reais em lucro líquido, valor 110,9% superior aos 23,3 milhões do segundo trimestre do ano passado. O desempenho da companhia foi favorecido pelo aumento das receitas operacionais, decorrentes do aumento da taxa de ocupação de suas aeronaves e do número de horas voadas, entre outros (clique aqui e veja por que a Gol foi eleita a empresa do ano pelo anuário Melhores e Maiores da revisa EXAME).

A receita líquida aumentou 20,9%, para 385,5 milhões de reais. A melhora do faturamento deveu-se à expansão de 6,3 pontos percentuais na taxa de ocupação das aeronaves, que atingiu 68,9% no trimestre, e ao aumento do número de horas diárias de vôo de cada aparelho, de 12,6 horas para 13,3 horas, conforme a companhia. Tudo isso contribui para que a empresa aumentasse sua participação de mercado, de 19,8%, no segundo trimestre de 2003, para 21,5%, no mesmo período deste ano.

Do lado das despesas, a Gol foi prejudicada pelo aumento dos combustíveis e óleos lubrificantes. Somente esta conta cresceu 52,4% no trimestre, atingindo 33,4 milhões de reais. Parte desta alta (13,9%) deveu-se ao aumento do custo médio por litro de combustível. O restante deveu-se ao incremento de 9,1 milhões de litros de combustíveis consumidos. Segundo a empresa, foram elaborados contratos de hedge de curto prazo para se proteger da volatilidade do preço do petróleo.

O total de despesas operacionais aumentou 27,5%, para 317,4 milhões de reais. A Gol atribuiu a alta ao acréscimo de uma aeronave à sua frota neste período, ao maior número de decolagens e ao avanço das despesas com combustíveis, pessoal, vendas e publicidade. Por tudo isso, a taxa de ocupação break-even das aeronaves (que indica a quantidade de passageiros capaz de gerar uma receita equivalente às despesas com o vôo) subiu de 46,5% para 54,5%.

Margem maior

O Ebitda (lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a 73,4 milhões de reais entre abril e junho, contra 72,5 milhões no mesmo período do ano passado. Conforme a empresa, a evolução deve-se à melhoria de 11,9% da sua capacidade operacional. A margem de Ebitda ficou em 19%.

Em 30 de junho, a dívida de curto prazo da Gol era de 127,6 milhões de reais, 118% maior que os 58,5 milhões com que encerrou março. No final de junho, a empresa possuía 696,2 milhões disponíveis em caixa, o que significa um caixa líquido de 568,6 milhões de reais positivos. A cifra é 317,25 maior que o caixa líquido de março, 113,1 milhões.

Abertura de capital

Entre abril e junho, a empresa também concluiu a abertura de seu capital nas bolsas de valores de São Paulo (Bovespa) e Nova York (NYSE), além de assinar um contrato para a aquisição de até 43 aeronaves 737-800 NG com a Boeing.