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Gol investirá US$ 6 bilhões na compra de 60 aeronaves

Companhia fará o pagamento dos novos modelos Boeing MAX a partir de 2018


	GOL: otimista com a melhora do mercado, mesmo que agora amargando prejuízo
 (Divulgação/EXAME)

GOL: otimista com a melhora do mercado, mesmo que agora amargando prejuízo (Divulgação/EXAME)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 5 de outubro de 2012 às 23h47.

São Paulo – A GOL irá investir 6 bilhões de dólares na compra de 60 aeronaves Boeing 737 MAX, que serão entregues a partir de 2018. Mais modernos e econômicos, tanto em relação a consumo de combustível quanto a tempo de voo, os modelos fazem parte da estratégia da companhia de renovar a frota, ampliar as rotas e aliviar os custos a longo prazo.

“As decisões sobre como a conta será paga serão definidas conforme as conjunturas do mercado”, afirmou Paulo Sérgio Kakinoff, atual presidente da companhia de aviação, quando questionado sobre o pagamento da compra. “Essa escolha acontece em um período mais próximo da entrega das aeronaves e muita coisa pode mudar no cenário até lá, quando decidiremos se faremos leasing ou financiamento com banco fomentador”, disse o executivo. Constantino de Oliveira Júnior, presente no evento, não se pronunciou. 

A recém-aquisição da GOL traz uma série de sistemas que melhoram a eficiência no consumo de combustível das aeronaves – uma preocupação que tem pesado cada vez mais nas “asas” da companhia. Os novos modelos trarão um consumo com combustível estimado de até 13% ao ano e serão usados pela empresa de 2018 a 2026.

O plano de frota prevê, até 2014, que a companhia terá 108 unidades do modelo Boeing 737-800, e outras 32 do Boeing 737-700. “Passamos a ser uma das cinco companhias preferenciais da GOL, além de ser a primeira da América do Sul a receber os modelos da Boeing”, afirmou Kakinoff.

Fora de colisão

O investimento em novos modelos de aeronaves, geralmente tão bem recebido pelo mercado, vai na contramão do que se esperava da GOL em um momento nebuloso para a companhia. “Investir mais significa que estamos compromissados com nosso plano de negócios no país, além do que estamos operando com caixa de 20%, uma porcentagem acima da média do setor mundial”, afirmou o presidente.

Na noite da última sexta-feira, a GOL emitiu a segunda série de notas garantidas no valor de 22,7 milhões de dólares, com taxas de 0,85% ao ano. O financiamento, que será pago em dois anos, tem garantia financeira da EX-IM Bank e servirá para o serviço de manutenção de motores CFM56-7B realizados pela Delta TechOps, divisão de manutenção da Delta Air Lines.


No total, 84,8 milhões de dólares serão financiados pelo banco – a primeira série foi a de um montante de 39,1 milhões de dólares e foi precificada com taxa de 1% ao ano. “Só conseguimos essa taxa baixa, e inédita no mercado, porque estamos sólidos suficientes para que o banco se sentisse confortável para isso”, disse Kakinoff.

Tempo nublado

O alto custo do combustível, a valorização da moeda americana e o aumento das tarifas relacionadas à operação aérea no Brasil tem refletido de maneira negativa no balanço da GOL desde o ano passado.

Apenas no primeiro semestre, a companhia amargou prejuízo de 715 milhões de reais no segundo trimestre, resultado que a forçou rever sua expectativa de demanda no mercado doméstico no ano para baixo. Se antes a expectativa era de um crescimento entre 7% e 10%, agora a porcentagem está entre 6% e 9%.

A GOL não paira sozinha sobre o tempo nublado – a TAM também vem tendo dificuldades. Juntas, TAM e GOL perderam 1,6 bilhão de reais no segundo trimestre.

O cenário desfavorável fez com que o boato de uma possível compra de controle da GOL pela Qatar Airways fosse levantada no mercado. Na época, as empresas negaram. Hoje, com a convocação às pressas de uma coletiva de imprensa, às 17h30, o rumor tomou conta do mercado – e ajudou as ações dispararem mais de 10%. Porém, o anúncio não saiu. “E nós continuamos sem comentar boatos”, afirmou o executivo. 

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