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Gávea Investimentos aplicará US$ 130 milhões na Cosan

Recursos serão utilizados para financiar os projetos de expansão da companhia

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Gávea Investimentos, gestora de recursos do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, vai investir até 130 milhões de dólares na Cosan Limited, a controladora da Cosan. A aplicação será feita por meio dos fundos da Gávea, que comprarão até 16,5 milhões de ações da companhia pelo preço de 7,90 dólares cada.

A Cosan fará uma oferta privada de ações, possibilitando a todos os acionistas detentores de ações classe A ou BDR ( Brazilian Depositary Receipts, títulos que representam ações de empresas estrangeiras no Brasil) participarem da operação. Por isso, é possível que o montante a ser adquirido pela Gávea seja reduzido em função do interesse dos minoritários em adquirir mais papéis da companhia. O valor a ser aplicado pela Gávea, no entanto, não será "em nenhuma hipótese" inferior a 90 milhões de dólares, informou a Cosan em comunicado ao mercado.

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Paralelamente, Rubens Ometto Silveira Mello, acionista controlador da Cosan Limited, vai injetar mais 50 milhões de dólares na companhia com a subscrição de 6,3 milhões de novas ações. Os recursos serão utilizados para financiar os projetos de expansão da companhia e possíveis aquisições.

Há menos de um mês, a Cosan anunciou um aumento de capital no valor de 880 milhões de reais - envolvendo a emissão de 55 milhões de ações ordinárias, equivalentes a 20,18% do total de papéis existentes no momento -, além de um empréstimo de 1,5 bilhão de dólares junto aos bancos Bradesco e Calyon Brasil. O dinheiro também seria destinado à expansão da empresa e ao pagamento da Esso, que foi comprada pela Cosan em abril desse ano.

As operações, entretanto, não evitaram o rebaixamento da nota de risco da Cosan pela a agência classificadora de risco Moody´s. Na avaliação da agência, o risco apresentado pela Cosan cresceu devido ao aumento da alavancagem, à queda nas margens de lucro e ao fluxo negativo de caixa. O plano de investimentos da Cosan para os próximos anos, qualificado como "ambicioso" pela Moody´s, despertou muitas dúvidas entre analistas e investidores.

Num cenário de menor oferta de crédito e queda nos preços do açúcar e do etanol, como atualmente, todos se questionavam se a empresa conseguiria levantar recursos suficientes para colocar seus projetos em prática e a que custo isso seria feito. Somente pela Esso, a Cosan terá de pagar 826 milhões de dólares, além de assumir uma dívida de 163 milhões de dólares.

Diante deste panorama, a corretora Planner divulgou no dia 25 de setembro um relatório recomendando a venda dos papéis da companhia mesmo neste momento de baixa do mercado - o que provavelmente significará prejuízo para os investidores. Para a corretora, a Cosan vai pagar muito caro pelos empréstimos que tomou, o que deverá prejudicar seus resultados no futuro. "Além disso, o início de uma safra ruim, com baixo rendimento se comparado com as safras anteriores e baixos preços de açúcar e do etanol, irão prejudicar suas margens, proporcionando a formação de estoques tanto de etanol como de açúcar pela companhia", justificou a Planner.

Na BM&FBovespa, as ações da Cosan (CSAN3) acumulam queda de mais de 40% neste ano, ante 28,5% do Ibovespa. Às 15h27, os papéis eram negociados com desvalorização de 4,23%, cotados a 12,45 reais.

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